Ecofestival Azores Burning Summer promete colocar todos a dançar na Praia dos Moinhos
Diário dos Açores

Ecofestival Azores Burning Summer promete colocar todos a dançar na Praia dos Moinhos

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EcoFestival Azores Burning Summer, de 24 a 27 de Agosto, em São Miguel, Açores: Concertos, Cinema na Praia, Land Art, Eco Market, Expo Veículos Eléctricos, Programa Comunitário de Saúde VIVE e Programa HABITAT é assim que o festival que decorrerá na Praia dos Moinhos, na freguesia do Porto Formoso, se apresenta.
Contará com a presença de Tito Paris, The Black Mamba, Victor Zamora & Emilio Moret, Throes + The Shine, David & Miguel e DJ Adrian Sherwood, entre muitos outros.
Mais do que um festival de música, o Azores Burning Summer assume-se como um meio de articulação entre a sensibilização ecológica e a programação social, cultural e artística. Música, cinema, debates, eco-design, veículos eléctricos, land art, saúde e acções comunitárias, são os ingredientes que prometem uma combinação perfeita entre a Natureza e o seu público.
O Festival não pretende ser um evento musical de massas, mas sim um evento de acesso equilibrado, com reduzido impacto ambiental, que valoriza a qualidade da experiência por parte do público e a sua relação com a natureza envolvente que contribui para a afirmação dos Açores enquanto destino turístico sustentável.
O Festival Azores Burning Summer, com o cruzamento de um programa artístico e cultural de dimensão internacional e o seu posicionamento eco-friendly, afirma preencher os padrões da procura turística actual e de um emergente turismo criativo onde as preocupações ambientais são uma prioridade, sempre com o intuito de dinamizar a economia local.
No Parque dos Moinhos actuarão as principais atracções do cartaz. O relvado em declive forma um anfiteatro natural. No intervalo entre os concertos no Palco Principal, o público dirige-se para a tenda montada no cimo do relvado para assistir aos DJ’s sets no Palco Tropical.  Para além do programa musical, o Azores Burning Summer aposta também na vertente ecológica, cultural e social.
O programa ecológico pretende contribuir para o despertar da consciência ecológica colectiva com a implementação de medidas e práticas que levam à mudança consciente de comportamentos por parte do público, que resultam na redução do desperdício e na alteração dos hábitos do consumo, e na realização de iniciativas como o Eco Market (feira de eco-design e produtos naturais), a Expo Veículos Eléctricos (exposição de marcas e modelos de veículos eléctricos e híbridos) e as Eco Talks(debates com temáticas ambientais e de sustentabilidade).
 O EcoFestival Azores Burning Summer foi distinguido em 2022 como o festival mais sustentável de Portugal na 6ª edição do Iberian Festival Awards. Nomeado para seis categorias no Iberian Festival Awards 2022 e posteriormente finalista nas categorias Best Cultural Programme, Best Contribution to Sustainability, Best Hosting and Reception e Best Venue, o EcoFestival Azores Burning Summer foi o vencedor, a nível nacional, na categoria de Melhor Contributo para a Sustentabilidade.
Anualmente, cerca de 60 artistas regionais, nacionais e internacionais sobem aos três palcos do festival. Juntos contribuem para a definição da identidade musical do evento que transpira world music, soul, jazz, dub, funk e outros estilos da música negra. A direcção musical resulta da parceria entre Adrian Sherwood, anfitrião e DJ residente, e Filipe Tavares, fundador e director do Festival com quem o Diário dos Açores esteve à conversa.
 
Em que consiste o Ecofestival Azores Burning Summer?
“O Azores Burning Summer nasceu em 2015 fruto de uma amizade entre eu e o produtor inglês Adrian Sherwood que me desafiou e tinha saudades de vir aos Açores, porque nos conhecemos há precisamente vinte anos no âmbito de um evento que eu organizei cá na Praia dos Moinhos, em que ele participou de forma gratuita e gostou muito dos Açores. Entretanto em 2015 ligou-me a perguntar quando voltava aos Açores actuando pois tinha muito gosto. Então desafiei-o em fazermos um festival mas iria participar na direcção artística e ele aceitou e assim nasceu o festival.
Depois com a primeira edição em 2015, em termos ecológicos nós verificamos que o impacto do público no festival era imenso em termos ambientais porque havia muitos resíduos no chão: copos de plástico, beatas de cigarro, etc. e nós não queríamos ser promotores desta situação. E achávamos que existia muitos festivais e que nós podíamos ser um farol em termos de sustentabilidade, não só para implementar medidas de redução de impacto ambiental em eventos mas também para debater outras temáticas relacionadas com a sustentabilidade e assim também achávamos que no evento ao promover um grande fluxo de pessoas podíamos deixar uma marcar positiva nas pessoas e na própria comunidade local e esta foi a nossa estratégia desde 2015, termos um festival que fosse diferente na oferta musical mas também na mensagem de sustentabilidade que propõe e assim nasceu o festival”.

O que este ano os festivaleiros poderão encontrar?
“É com grande satisfação que retomamos o formato original do festival após este período de pandemia.
Nós nunca quisemos aderir à transmissão online pois nós acreditamos que o importante é as pessoas estarem juntas e porque também não queremos que o festival seja visto como um produto, nem os músicos sejam vistos como um produto, mas sim que as pessoas apostem neste festival e venham cá ter uma experiência completa desde as actividades ecológicas, à programação de responsabilidade social que nós introduzimos este ano. E a contemplação da natureza da Praia dos Moinhos e da programação gratuita, e também por fim aos artistas que passam pelos nossos palcos, queremos que as pessoas entendam o festival como uma oferta completa, uma experiência.
Este ano há desafios a nível da sustentabilidade. Nós já atingimos a meta de desperdício zero, já implementamos o objectivo de ruído visual zero que afasta materiais promocionais no recinto do festival e este ano o grande desafio que já vimos a trabalhar desde 2019 é as beatas zero, ou seja, queremos que o nosso público fumador cumpra integralmente este desafio de não deitar beatas no chão do recinto nem em lado nenhum, e vamos distribuir cinzeiros portáteis individuais e haverá também uns cinzeiros para se colocar as cinzas quando o cinzeiro individual estiver já cheio.
Temos uma programação ecológica de acesso gratuito que vai desde os Eco Talks à feira de eco-design, onde junta artistas, designers locais, artesãos, também que têm uma oportunidade não só de criar sinergias entre eles, mas também apresentar os seus produtos e esta exposição irá decorrer no bar da Praia do Porto Formoso no Moinho Terrace Café. Depois temos ainda nesta programação ecológica o cinema ao ar livre também no mesmo local, temos a obra de Land Art que é um ícone do festival, que decorre na Praia dos Moinhos a “Trinity” e também introduzimos este ano uma nova programação, que é para dar um retorno positivo à comunidade da freguesia do Porto Formoso.
Consiste no programa comunitário de saúde VIVE que é um novo conceito de saúde activo com objectivo de incentivar a consciencialização do indivíduo, a ser um agente activo e responsável pela sua saúde. Este programa divide-se em quatro eixos de actuação, o primeiro pretende melhorar os níveis de literacia em saúde através de workshops na área da nutrição, shoowcooking, sexualidade e medicina natural.
O segundo pretende combater a obesidade e sedentarismo através das mudanças do comportamento alimentar, dinamização de caminhadas regulares no seio da comunidade do Porto Formoso e de outras actividades de exercício físico, como por exemplo as aulas de treino funcional, mobilidade, zumba e dança sénior.
O terceiro eixo pretende combater o estigma associado à doença mental e facilitar o diálogo sobre problemáticas sociais e relacionadas com a saúde e através de ferramentas de “teatro do oprimido” e por fim, quarto eixo que pretende promover a saúde mental através de terapias “corpo-mente” como ioga, pilates, respiração e qigong.
As actividades resultam de uma parceria com a paróquia do Porto Formoso e com a ajuda da Junta de Freguesia do Porto Formoso e são dirigidas a toda a população residente na ilha de São Miguel mas de forma especial à população da freguesia do Porto Formoso que tem acesso gratuito. A disponibilidade está limitada às vagas existentes.
Temos ainda como programação na vertente social o programa Habitat onde vamos introduzir uma aula de iniciação ao mergulho que tem como objectivo sensibilizar as camadas mais jovens para a protecção do oceano sobretudo dando a conhecer o eco-sistema marinho local.
Vamos ainda no dia 14 realizar uma caldeirada no restaurante Amaral que será promovida pelos pescadores da freguesia e onde haverá uma conversa/palestra com o historiador Mário Moura sobre a freguesia, a história e o património arquitectónico e natural da freguesia do Porto Formoso.
Este programa Habitattem como objectivo reforçar o sentimento de pertença pelo lugar onde se vive, ou seja, fazer com que os locais também ganhem mais gosto pelo local onde vivem ao saber da sua história, conhecer o seu património natural e arquitectónico”.

Onde estarão à venda os bilhetes?
“Em Ponta Delgada, em La Bamba Bazar Store, na Livraria SolMar e no café Mascote; na Ribeira Grande no Tuká Tulá, Pacheco Snacks & Drinks, Moinho Terrace Café, Restaurante Maré Cheia, no Mercado Municipal na Galeria 33.
Os passes gerais custam 25 euros, os bilhetes diários podem ser adquiridos apenas na BOL.pt que é a bilheteira online e nas lojas ctt. No dia do festival serão vendidos apenas à porta do festival na bilheteira do recinto com o custo de 20 euros. Neste momento os bilhetes diários estão a 15 euros e a informação está presente no site do festival www.azoresburningsummer.com”.

Quais as expectativas da organização do festival?
“Realçar que há uma programação gratuita com os DJ’s e feira, e o programa com músicos locais, o cinema ao ar livre com entrada gratuita. Depois a de acesso pago é no parque dos Moinhos a escassos metros da praia onde por lá passam as grandes atracções do festival: músicos cubanos, vamos trazer os sons quentes de Cuba aos Açores; uma das vozes mais emblemáticas de cabo verde (é interessante referir que ao longo dos anos temos vindo a reparar numa crescente participação da comunidade emigrante de Cabo Verde no festival e isto deixa-nos muito felizes, pois pretendemos criar estas pontes com as várias comunidades que residem nos Açores e trazer a cultura destas comunidades ao nosso território). Por fim um trio luso-angolano com kuduro, música electrónica, rock, que irá por toda a gente a dançar certamente. No Sábado projecto pop muito interessante musicalmente com Maria Mendes, que nasceu em São Miguel, cresceu nas Furnas e vem partilhar a “Arte de Viver” este é o nome do álbum que vai do jazz ao hip pop e R&B e, depois temos Black Mamba que é uma das melhores bandas do actual panorama português. Por fim teremos um concerto muito divertido: David e Miguel com inspiração dos cantores românticos e música popular.”
Filipe Tavares, Director do festival, termina mencionando o enorme apoio do qual o festival usufrui. Aponta que a Junta de Freguesia do Porto Formoso “tem sido incansável sobretudo neste programa onde estamos a fazer um esforço financeiro contratando médicos e instrutores para promover o programa de saúde VIVE que já está a decorrer”, declara.
“Há uma grande colaboração da paróquia do Porto Formoso porque isto ajuda no fundo outras comunidades a fazer o mesmo e nós defendemos muito esta questão de unir esforços para trazer algo de positivo à população e obviamente que a Câmara Municipal é o nosso grande parceiro”, termina o director do Eco-Festival Azores Burning Summer.

Programa
24 de Agosto (Quarta-feira, acesso gratuito)
18h00m – DJ Set: Mme Florett
22h00m – Cinema na Praia: Heal de Kelly Noonan Gores
 25 de Agosto (Quinta-feira, acesso gratuito)
18h00m – DJ Set: JL Smooth
22h00m – Cinema na Praia: Meu Pescador Meu Velho de Amaya Sumpsi
23h15m – Cinema na Praia: Jonah de Kibwe Tavares
 26 de Agosto (Sexta-feira)
Acesso gratuito
16h00m – DJ Set: Irmãos Pistola
18h00m – Moinhos Revival Jam By Aspegiic & Manel
Acesso pago
20h00m – DJ Set: Myke Lone
22h00m – Concerto: Victor Zamora & Emilio Moret
23h15m – DJ Set: Milhafre
00h00m – Concerto: Tito Paris
01h15m – DJ Set: Adrian Sherwood
02h00m – Concerto: Throes + The Shine
03h30m – DJ Set: Laura & Pedro Mesquita
 27 de Agosto (Sábado)
Acesso gratuito
16h00m – DJ Set: Nex
18h00m – Moinhos Revival Jam By Ricardo Reis
Acesso pago
20h00m – DJ Set: FLiP
22h00m – Concerto: Silly
23h15m – DJ Set: Novo Major
00h00m – Concerto: The Black Mamba
01h15m – DJ Set: Isilda Sanches
02h00m – Concerto: David & Miguel
03h30m – DJ Set: Pedro Tenreiro
Acesso gratuito
05h30m – Land Art “Trinity” & DJ Set: Tape
Programa comunitário VIVE (Centro Cultural do Porto Formoso, acesso gratuito mediante inscrição
15 de Agosto (Segunda-feira)
17h45m – Aula de Respiração
18h30m – Caminhada
 19 de Agosto (Sexta-feira)
19h00m – Hatha Yoga
 20 de Agosto (Sábado)
09h00m – Shakti Yoga Dance
10h00m – Showcooking Vegetariano
 22 de Agosto (Segunda-feira)
17h45m – Aula de Respiração
18h30m –  Caminhada
 Programa HABITAT (acesso mediante inscrição)
 14 de Agosto (Domingo)
09h30m – Iniciação ao Mergulho Livre – Porto de Pescas do Porto Formoso
Gratuito e limitado aos lugares disponíveis.
Formulário por telefone para 296 442 474 (Junta de Freguesia Porto Formoso)
19h30m – Caldeirada do Porto Formoso + Conversa com Mário Moura – Centro Social e Paroquial do Porto Formoso
BILHETES
Passe geral/ Sex 26 AGO + Sáb 27 AGO / — 25€ (BOL Bilheteira Online + Lojas CTT + Pontos de Venda São Miguel)
Bilhete diário/ Sex 26 AGO — 15€ (BOL Bilheteira Online + Lojas CTT)
Bilhete diário/ Sáb 27 AGO — 15€ (BOL Bilheteira Online + Lojas CTT)
Dias 26 e 27 de Agosto
Bilhete diário/ Sex 26 AGO — 20€
Bilhete diário/ Sáb 27 AGO — 20€
Na Bilheteira do recinto.

jornal@diariodosacores.pt

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