Cabaz de bens e serviços mais caro 6,29% num ano e há mais crédito ao consumo
Diário dos Açores

Cabaz de bens e serviços mais caro 6,29% num ano e há mais crédito ao consumo

Previous Article Previous Article Lista de espera para cirurgias diminuiu 16% num ano

A crise em números nos Açores

O segundo trimestre deste ano revela números que já estão a agravar os rendimentos das famílias açorianas.
Analisando a taxa homóloga do IPC no final deste trimestre, publicada pelo Serviço Regional de estatística dos Açores (SREA), verifica-se que o cabaz de bens e serviços já estava mais caro cerca de 6,27% em junho deste ano do que em junho de 2021 (6,29% em julho).
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) pretende medir a evolução no tempo dos preços de um cabaz de cerca de 900 produtos (bens e serviços), considerado representativo da estrutura de consumo média dos agregados familiares. 
A estrutura de ponderação da série 2012=100 foi determinada a partir da componente de despesa monetária de consumo privado das Contas Nacionais e complementada pelos resultados do Inquérito às Despesas das Famílias (IDEF) realizado em 2015/2016, do Recenseamento Geral da Habitação que ocorreu em 2011 e de outras fontes de natureza administrativa. 
Os bens e serviços que constituem o cabaz do indicador resultam do IDEF e de informação auxiliar, com origem diversa, que inclui outros inquéritos disponíveis no INE, assim como dados administrativos. 
A contribuição do IPC da Região Açores para o cálculo do índice nacional é de 1,60%.

Inflação sobe todos os meses

A taxa de inflação média dos últimos 12 meses na Região Autónoma dos Açores subiu para 2,38% no final do 2.º trimestre de 2022.
Neste trimestre, as classes que apresentaram maiores variações médias dos últimos doze meses foram: Transportes e Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (positivas), Educação e Vestuário e Calçado (negativas). 
A inflação média subjacente, que é compilada excluindo do índice total os produtos alimentares não transformados e os produtos energéticos, com o objetivo principal de eliminar algumas das componentes mais expostas a “choques” temporários, subiu para 1,73% no final deste trimestre. 

Inflação na região 
com 6,27% em Junho 
e 6,29% em Julho

Analisando a taxa homóloga no final deste trimestre, verifica-se que o cabaz de bens e serviços, analisado pelo IPC, está mais caro cerca de 6,27% do que em junho de 2021.
Já em Julho a inflação tinha subido para 6,29%, um aumentado 0,02 pontos percentuais em relação à taxa divulgada no mês anterior.

Empresas recorrem menos 
ao crédito

No final do segundo trimestre de 2022, o saldo do volume de empréstimos concedidos a Sociedades não financeiras nos Açores foi de 1.713,9 milhões de euros, um valor inferior em 4,8% ao observado no trimestre homólogo (menos 85,5 milhões de euros). 
O rácio de crédito vencido neste setor institucional atingiu 1,6% no final do trimestre, apurando-se um montante de 27,8 milhões de euros de crédito malparado (menos 9,4 milhões de euros do que no trimestre homólogo).

Mais crédito ao consumo 
e menos para habitação

O saldo dos empréstimos concedidos a particulares situou-se em 3.246,0 milhões de euros no final do segundo trimestre, mais 123,5 milhões que o observado no trimestre homólogo. 
O montante do crédito malparado neste setor atingiu 30,9 milhões de euros no final de junho (menos 6,3 milhões de euros do que em junho de 2021).
No segundo trimestre deste ano houve 2.343,0 milhões de euros concedidos ao crédito à habitação, menos do que os 2.295,5 milhões concedidos um ano antes.
Ao contrário, para o consumo e outros fins os açorianos recorreram mais ao crédito, registando-se 903 milhões de euros em junho deste ano, contra os827 milhões do ano passado.

Alojamentos mais caros 
e menos licenciamentos

Relativamente ao mesmo mês do ano anterior (junho), 2, o valor mediano da avaliação bancária dos alojamentos nos Açores aumentou 6,5% para a totalidade dos alojamentos, verificando-se um aumento homólogo das moradias (+8,2%) e dos apartamentos (+13,5%). 
Neste trimestre, foram licenciados (construções novas, ampliações, reconstruções, alterações e demolições) 224 edifícios, a que corresponde uma diminuição de 18,2%, quando comparado com o trimestre homólogo. 
Do total de edifícios licenciados neste trimestre, 57,1% destinam-se a construções novas (128 edifícios).
Foram licenciados 106 fogos novos, correspondendo este valor a um decréscimo de 27,4% face ao mesmo período do ano anterior, segundo o boletim do segundo trimestre do Serviço de estatística.
Outro impacto 
para vir amanhã: 
taxas de juro 

O Banco Central Europeu (BCE) deverá aumentar de forma marcada as taxas de juro diretoras nas próximas duas reuniões, prevêem os analistas do Citibank, numa altura em que os mercados já estão preparados para a mais que provável eventualidade de a instituição de Frankfurt poder subir a taxa de juro em 75 pontos-base na reunião de amanhã. 
As taxas Euribor subiram ontem a três e a seis meses e desceram a 12 meses face a sexta-feira, atingindo novos máximos nos prazos mais curtos.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, subiu hoje para 1,298%, mais 0,008 pontos do que na véspera.

Governo dos Açores 
estuda pacote

Entretanto, o Governo dos Açores não se pronuncia, para já, sobre as medidas anunciadas segunda-feira (ver página 11) por António Costa de apoio às famílias.
O pacote do Governo da República está a ser estudado pelo Governo Regional no sentido de saber quais as medidas que são automaticamente aplicáveis na região e outras que terão de ser implementadas por intervenção da região.
Bolieiro disse ontem que a seu tempo será anunciado o resultado desta análise que o Governo dos Açores está a efectuar.
Medidas a aplicar na descida do IVA da electricidade e botija de gás são algumas a merecer atenção.

Share

Print
Ordem da notícia1283

Theme picker