Diário dos Açores

Campo Marquês Jácome Correia – Quem olha por ti?

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Nos tempos atuais, muito se debate e se fala sobre a importância da prática desportiva, e de uma forma especial, do desporto praticado pelas crianças, adolescentes e jovens.
Em todos os momentos eleitorais, esta bandeira do desporto jovem, é agitada por todos os candidatos, quer sejam eleições para o poder local, regional ou nacional.
Promete-se o que se tem e o que não se tem, tudo para cativar a atenção e o voto, dos milhares de pais/encarregados de educação, que reconhecem na prática desportiva, um importante veículo para o bem-estar dos seus educandos.
Vem esta introdução a propósito da utilização do campo Municipal Jácome Correia, infraestrutura fulcral no desenvolvimento dos jovens que optam pela prática desportiva do futebol, gerida pelo GAD (Gabinete de apoio ao Deporto, da câmara municipal de Ponta Delgada), pelouro do Vice-Presidente da CMPD.
O Campo Municipal Jácome Correia foi construído em 1946. Durante décadas, foi o principal palco do futebol micaelense. Inicialmente de terra batida, acolheu inúmeras gerações de futebolistas locais e nacionais. Também já foi palco de eventos musicais nacionais e internacionais. Já no século XXI, foi alvo de obras de requalificação, ao nível de bancadas, balneários e instalações sanitárias, que incluíram o seu primeiro relvado sintético.
No caso da iluminação, foi prometido em anos passados, pelo anterior executivo camarário, que o atual modelo de lâmpadas seria substituído por soluções LED, mais eficazes e económicas. Foi afirmado que a vereação da área do desporto da autarquia estaria a trabalhar com a Associação de Futebol de Ponta Delgada no sentido da elaboração de um caderno de encargos que contemplasse as exigências regulamentares para transmissões televisivas. O tempo passou e a iluminação existente já não responde às necessidades… já para não falar no estado de degradação dos postes que suportam as lâmpadas (com casos de lâmpadas de cores diferentes) …pasme-se o desleixo!
Os balneários estão degradados, os bancos de suplentes não apresentam as condições de segurança exigidas (feitos em cimento), quando com um baixo investimento já é possível ter bancos de suplentes adequados ao espaço em causa (linha lateral do campo próxima do banco de suplentes).
As instalações sanitárias criadas para o público (que custaram 65 mil euros), também já estão muito degradadas.
Tendo a importância que tem, o executivo camarário, tem de a breve trecho, incluir no seu orçamento, o devido cabimento orçamental, para tornar o “velhinho” Jácome Correia, numa infraestrutura moderna e agradável para os nossos jovens, criando zonas/espaços, no topo Norte (atualmente no abandono), dando uma outra dignidade ao espaço.
Mais do que fazer anúncios de investimentos, há que agir e executar.
Não esquecer que é neste campo, que se realiza um dos maiores torneios internacionais U11, organizado pelo Clube União Micaelense.
É nestas condições atuais, que treinam os escalões de formação (petizes, traquinas, iniciados, juvenis, Juniores), dos vários clubes da cidade, movimentando durante toda a semana centenas de jovens.
Não obstante a todas estas contingências, do campo em si, surge o maior problema…a GESTÃO desajustada da realidade DAS HORAS/ESPAÇOS.
A atribuição das horas aos vários clubes, continua a ser feita nos moldes antigos, originando que em certos dias da semana (terças e quintas), o campo apresente uma ocupação abaixo das suas capacidades, levando a que alguns clubes (que devido ao elevado número de atletas/escalões), tenham de ir treinar para outros campos, nos arredores da cidade, o que origina transtornos quer para os pais, quer para os atletas, que acabam as suas atividades letivas pelas 16h30 - 17H, e têm pouco tempo para se deslocar para os treinos, em campos fora do centro da cidade.
Alerto o GAD (gabinete de apoio ao desporto, da câmara municipal de Ponta Delgada), que reveja urgentemente as equipas/escalões que necessitam de usar o referido campo, e atribuir os espaços/horas de forma equitativa de acordo com o número de atletas/escalões, por equipa.
Não se trata de prejudicar nenhum clube…simplesmente é atribuir as horas/espaços, que se encontram livres, aos clubes que têm mais necessidades e que estão “deslocados”, maximizando assim o espaço, trabalhando em prol do desporto jovem no concelho.
Os organismos criados e dedicados a determinadas áreas (GAD), existempara resolver os problemas das instituições/pessoas…ou não será assim? Queiram de facto ser uma mais-valia, mostrando vontade de resolver o problema.
Fica aqui o meu contributo. Sou encarregado de educação, de dois atletas menores, que frequentam o referido espaço, em alguns dias da semana… nos outros dias, tenho de me deslocar para outro recinto desportivo.


*Ex. Candidato Câmara Municipal Ponta Delgada/IL

Luis Miguel Quental*

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