Diário dos Açores

Convite - colóquios da lusofonia, 20 anos ao serviço da literatura e da cultura

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Considerando a notável ação desenvolvida pelos Colóquios da Lusofonia na defesa da Língua desde 2001 e na divulgação da Açorianidade Literária como voz independente na defesa dos valores culturais e literários dos Açores, vimos desafiar Vexa a estar presente na sessão de abertura desta 36ª edição, com início pelas 17.30 horas de dia 30 de setembro no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ponta Delgada.
Teríamos imenso prazer e seria uma enorme honra em tê-lo/a connosco, nas restantes sessões quando celebramos 20 (vinte) anos de existência. Temos mais de 50 autores açorianos presentes com uma mostra das suas obras, havendo 5 lançamentos de livros, a assinatura de protocolo WPM (World Poetry Movement) com a AICL , homenagem aos 70 anos de vida literária de Eduíno de Jesus, e aos 50 anos de vida literária de Chrys Chrystello, além da Homenagem Póstuma a Norberto Ávila. Haverá sessões musicais e de poesia e salienta-se um Recital de música judaica na Sinagoga e um de música de câmara no Conservatório de Ponta Delgada (em resultado da parceria da Câmara de BELMONTE e de PDL e a AICL) com um Momento Belmonte -Brasil (Porto Seguro, Estado de Bahia) apresentado por Joaquim Feliciano da Costa, Dilza Reis e Laércio Silva - Da Carta de Caminha ao Patxohã com Raoni Pataxó e Carleone Filho, A luta do rochedo contra o mar.
O horário previsto das sessões está em https://coloquios.lusofonias.net/XXXVI/HORARIO%2036%20pdl%202022.pdf e os restantes dados em https://coloquios.lusofonias.net/XXXVI/

Esta introdução ao CONVITE deve ser acompanhada de agradecimentos à Câmara Municipal de Ponta Delgada que, pelo segundo ano consecutivo acolhe, com generoso e abrangente apoio, os colóquios da lusofonia e seus convidados. Em 2021 o Presidente do Governo Regional dos Açores considerou, que a Lusofonia é “identidade de ser” e elo de aproximação entre povos e culturas. “Este modo de ser e estar que a Lusofonia representa identificanos e aproxima-nos,” considerou o governante. O “mundo sem geografia” que é a Lusofonia foi enaltecido pelo Presidente do Governo, que deixou uma saudação a todos os lusófonos, “seja qual for o vocábulo que de forma específica possam utilizar na sua língua.” O Governo dos Açores, prosseguiu, “estará ao lado” da AICL para “todas as realizações de futuro,” asseverou o Presidente do Governo. José Manuel Bolieiro elogiou ainda a “resiliência” da AICL, presidida por Chrys Chrystello, elogiando a “simbólica data” do Colóquio e o “inspirador lugar”: o Centro de Estudos Natália Correia, na Fajã de Baixo.
Passado um ano, nós e demais entidades que trabalhamos para a cultura constatamos que os apoios indinitesimais do GRA se mantiveram insignificantes, com a agravante da sua tardia aprovação e distribuição aos interessados que, sem fundos próprios suficientes, foram obrigados a cortes na sua programação.
Sabemos que a cultura de um povo não se resume a festas tradicionais, religiosas ou pagãs, nem às festas das freguesias e nos Açores, ao longo de séculos, centenas de autores primaram por serem uma elite pensante e escrevinhadora que deu azo a avanços no desenvolvimento das ilhas.
Quando a AICL (Colóquios da Lusofonia) atinge 20 anos, com centenas de autores açorianos presentes nos seus eventos, vários livros editados e várias antologias literárias publicadas, a criação da enorme Bibliografia Geral da
Açorianidade (19 144 entradas na edição em papel, atualmente online 21 556 ), 36 colóquios realizados em vários locais nas ilhas e no resto do mundo, seria de esperar das entidades que tutelam a Cultura um pouco mais de respeito e de consideração.
Vejamos o exemplo do escritor (radicado no Canadá) EDUARDO BETTENCOURT PINTO que trouxemos, com apoio da D R Comunidades e Câmara de Ponta Delgada, para lançar o seu mais recente livro com a importante chancela da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Ninguém das entidades ligadas à cultura destas ilhas esteve presente na Livraria nem ninguém o contactou para levar a outras ilhas (o custo seria irrisório considerada a oportunidade).
Aliás, é isto que normalmente se passa como constatamos em anos transatos ao trazer os nossos patronos, dois Prémio Nobel lusófonos a estas ilhas (Ximenes Belo e Ramos Horta) e outros vultos de relevo.
Temos a visibilidade que nos concedem os agentes da comunicação social e não nos pomos em bicos dos pés nem mendigamos holofotes. Todos trabalhamos pro bono há 20 anos, por entendermos ser essa a nossa missão e nelaprosseguiremos enquanto houver saúde e forças. Sabemos que somos poucos, e que pertencemos a uma elite pensante (são as elites que fazem as sociedades pular e avançar) cujo interesse é apenas a preservação e defesa da língua de todos nós e a divulgação dos escritores de matriz açoriana que traduzimos em várias línguas e que queremos continuar a divulgar.
Um bem haja à generosidade do nosso patrocinador, a Câmara de Ponta Delgada, e à Direção Regional das Comunidades por nos ajudarem a celebrar estes 20 anos com mais de 70 inscritos e mais de 65 autores no 36º colóquio. Aproveite para os ouvir e terçar palavras com esses autores.
Será um evento memorável e ninguém apaga o que já fizemos como consta do nosso historial (pode ser consultado em https://coloquios.lusofonias.net/XXXVI/HISTORIAL%20DA%20AICL.pdf )

 

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

Chrys Chrystello*

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