Presidente da Secção do Sul da Ordem dos Médicos queixa-se de ter sido impedido de discursar em homenagem a médicos açorianos
Diário dos Açores

Presidente da Secção do Sul da Ordem dos Médicos queixa-se de ter sido impedido de discursar em homenagem a médicos açorianos

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O Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos denunciou que foi impedido de discursar num evento de homenagem a médicos açorianos organizado pela Secção Regional dos Açores da Ordem dos Médicos.
Segundo Alexandre Valentim Lourenço, “por decisão da organização do evento não pude dirigir-me diretamente a todos, na cerimónia agendada. Lamentavelmente.  Pela primeira vez, desde que sou presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, foram-me criados obstáculos que me impediram de me dirigir a todos vós num evento na região a que presido.”
Numa carta enviada aos médicos açorianos, aquele dirigente afirma registar “as atitudes de alguns, tanto como registo a honra e dignidade de muitos”.
Na missiva, o médico elogia os médicos dos Açores em geral, destacando os aposentados, como exemplo de causa à Medicina e aos doentes.
“Com empenho e num contexto de insularidade, lutando por uma Medicina de qualidade, superando sempre todos os obstáculos, em momentos em que a prática médica implicava ainda mais sacrifícios. Médicos que formaram outros médicos, ano após ano e década após década. Médicos que estiveram sempre presentes, unidos e disponíveis para deles darem o seu melhor”, sublinha.

Bastonário defende acordos com privado

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu que os Açores devem fazer acordos com o setor privado para as “respostas de saúde que o setor público não consegue dar”, nomeadamente na área da Reprodução Medicamente Assistida.
“Todos os serviços devem ser centrados nas pessoas. Sem estigmas. Foi levantada aqui a questão da comparticipação de exames no setor privado, por exemplo para a Reprodução Medicamente Assistida. Deve haver acordos entre o setor público e privado para aquilo a que o público não consegue responder”, defendeu Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, no Conselho Médico dos Açores, após uma reunião com mais de 20 profissionais.
O responsável notou que os Açores têm “uma equipa de excelência” na área da Reprodução Medicamente Assistida no setor privado, pelo que essa “capacidade não deve ser desperdiçada”.
“No geral, abordamos questões sobre centrar a saúde no doente. As respostas devem ser articuladas com o setor privado”, afirmou.
Miguel Guimarães alertou ainda que, há, na região, “há mais de três anos”, uma vaga para o cargo de assistente médico graduado sénior na área da Psiquiatria e “o concurso não é aberto”.
A questão, disse, vai ser abordada com os sindicatos.
Por outro lado, o representante nacional dos médicos notou que “não faz sentido” que não tenham sido abertos concursos para “assistentes de Medicina Geral e Familiar em São Miguel”, enquanto “jovens médicos estão, desde abril, formados como especialistas e continuam a ser pagos como internos”.
O bastonário lamentou ainda que não estejam a “ser dados aos médicos os tempos padrão de consultas” definidos em Diário da República, estando o atendimento a ser feito “em tempos muito mais curtos”.
Tal prejudica os médicos e os utentes, notou.
Os relatos feitos na reunião disseram respeito a centros de saúde, mas a questão será “transversal aos hospitais”, disse Miguel Guimarães.

O caso da R. Grande

O responsável notou ainda que, tendo os Açores, em geral, e o concelho da Ribeira Grande, em particular, “taxas de natalidade mais altas do que as do país”, devia ser feita “uma ponderação” para adaptar o número de utentes atribuído aos médicos de Medicina Geral e Familiar.
“A lista ‘standard’ está nos 1.900 utentes. Mas uma grávida exige um acompanhamento diferente, tal como as crianças até aos dois anos. Se pensarmos que uma grávida corresponde a dois utentes, essa ponderação deve ser feita pelos Açores para que fosse adaptado”, defendeu.
O bastonário indicou ainda “muitas dificuldades no cumprimento das escalas dos serviços de urgência” e o facto de os médicos de Saúde Pública “não estarem a fazer o que deviam”.
“Não podem estar apenas colocados a fazer juntas médicas”, vincou.

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