O Secretário Regional do Mar e das Pescas, Manuel São João, defendeu ontem uma discriminação positiva para os sectores pesqueiros das regiões europeias mais vulneráveis, no âmbito da revisão da Política Comum de Pescas. À margem da reunião do Grupo de Trabalho das Pescas da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas (CRPM), que decorreu em Bruxelas, Manuel São João partilhou das preocupações dos vários parceiros europeus e aprovou as observações e recomendações que serão votadas na Assembleia Geral da CPRM, que decorre em Creta no final de Outubro, e cujo texto final será remetido ao Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu e à Comissão Europeia.
“Consideramos, de forma geral, que a Política Comum de Pescas deve evoluir no sentido de garantir maior sustentabilidade social e aumentar a atractividade da profissão de pescador” salientou Manuel São João.
“Entendemos que deve ser feito um esforço extra por parte da União Europeia para que as frotas se tornem mais competitivas e inovadoras por forma a fazer face aos enormes desafios que o sector da pesca atravessa”, prosseguiu.
Segundo o Secretário Regional do Mar e das Pescas, “a redução das possibilidades de pesca tornou necessária não só a redução do esforço de pesca como também a imposição de limites de capturas por categoria de embarcação e mês, bem como por viagem de pesca”.
“As comunidades piscatórias dos Açores têm estado, desde sempre, na vanguarda das políticas precaucionarias relativamente ao sector, apesar de, muitas vezes, a decisões emanadas pelas instituições europeias não acautelarem nem refletirem as especificidades dos Açores onde as pescas se assumem como um modo de vida e único sustento para muitas famílias”, referiu Manuel São João.
A CRPM representa mais de 150 regiões de 24 países de toda a Europa.