Diário dos Açores

Os nós do tempo

Previous Article Extrema-direita: Filha bastarda da esquerda?
Next Article Pequenas paisagens Pequenas paisagens

Peixe do meu quintal

O título é da última obra de Vasco Pereira da Costa e eu não poderia passar sem dizer algo sobre o amigo e conhecido professor escritor-poeta.
A primeira vez que dei de caras com o Vasco, foram nos longínquos anos oitenta, nos Encontros de Escritores Açorianos, que se realizaram n’A Balada, na freguesia da Maia em São Miguel. E foi pela mão de dois amigos maienses, Afonso Quental e Daniel de Sá, que vim de Otava de propósito para estar presente durante os dias de tais encontros.
Por alturas da campanha de Manuel Alegre à presidência da República, em 2005/2006, juntei-me ao Professor Sá Couto e juntos entramos na campanha chefiada por Vasco Pereira da Costa para os Açores.
Foi uma interessante experiência esta de conviver com esta figura viva e transparente. Não era primordial ganhar, mas sim participar.
“É, também, poeta, ensaísta e contista. Para além de vários livros publicados a partir de 1978, parte da sua obra está dispersa em jornais e revistas dos Açores e do continente. Está representado na Antologia de Poesia Açoriana, organizada por Pedro da Silveira, e na Antologia Panorâmica do Conto Açoriano, organizada por João de Melo. É um escritor fortemente marcado pelas origens açorianas, mas também por toda a vivência coimbrã e pelos contactos mantidos com as comunidades de emigrantes. Em 1984, recebeu o Prémio Literário Miguel Torga, instituído pela Câmara Municipal de Coimbra, com a obra Plantador de Palavras. Vendedor de Lérias. Em Setembro de 2001, integrou o Governo Regional dos Açores, como Diretor Regional da Cultura.
Recebeu o prémio Aquilino Ribeiro em 1985.
Coordenou várias ações de formação no âmbito do ensino e da aprendizagem da Língua e da Literatura Portuguesas e da Expressão Dramática, no país e nos E.U.A. e Canadá.
Organizou o I e II Congressos sobre a Literatura para Crianças, promovidos pela Escola Superior de Educação de Coimbra. Foi relator de duas mesas e redator das Conclusões do Congresso Nacional de Educação de Adultos.
Foi Coorganizador do Congresso Leituras de Antero (Coimbra, 1991). Coordenou o simpósio Leituras de Nemésio (Coimbra, 2001).
Integrou o grupo de trabalho Culture sans frontières para o estudo do turismo cultural das cidades europeias de média dimensão, patrocinado pela D.G.X. da União Europeia. Representante de Portugal no programa At the Fault Line, da True and Reconciliation Comission (Universidade de Cape Town).
Tem proferido conferências e participado com comunicações sobre temas pedodidáticos, literários e de gestão das atividades culturais em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Irlanda, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, África do Sul, Senegal, Cabo Verde e Brasil. Tem estado envolvido em diversas ações de dinamização cultural, nomeadamente, na Rádio, no Teatro, na Televisão e na área das Artes Plásticas.
Integrou o corpo redatorial do Jornal de Coimbra e tem colaboração dispersa sobre temas pedagógicos, literários e culturais por vários jornais e revistas. Escritor, publicou seis livros de ficção e sete de poesia, figurando em várias antologias em Portugal e no estrangeiro. O seu poema “Em louvor do Boeing 737” está traduzido em catorze línguas.
De 2001 a 2008 exerceu as funções de Diretor Regional da Cultura nos VIII e IX Governos Regionais dos Açores.
É membro do Conselho Diretivo da FLAD – Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento e presidente da Assembleia Geral da Alliance Française.
É Doutor Honoris Causa pela Universidade de São José, em (Macau).
Como pintor, usa também o pseudónimo de Manuel Policarpo, nome do seu avô. Ranu Costa (2022)”
Deixo estas notas, porque hoje estou na Ilha Terceira, onde não poderia faltar à homenagem que aqui justamente lhe querem prestar pelos seus cinquenta anos de atividade literária. E aproveito para visitar alguns dos muitos amigos que tenho nesta Ilha de Nemésio.

José Soares *

Share

Print

Theme picker