Diário dos Açores

E quando morre o animal de estimação da criança?

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Muitos de nós partilham laços de facto com os nossos animais de estimação. Fazem parte do quotidiano, estão lá sempre no nosso dia-a-dia e acompanham-nos em muitos momentos da nossa vida. Tornam-se constantes. Com eles nos alegramos e, por vezes, com eles choramos. E também podemos chorar por eles. A experiência de perda de um animal de estimação pode ser emocionalmente intensa, podendo ser sentida como a perda de um membro da família. Esta perda implica mudanças de rotinas, provoca alguns momentos de vazio e rouba um conjunto alargado de momentos de bem estar, dada a forma como os animais de estimação se constituem como factores de protecção para a ansiedade e o stress, por exemplo.
Todos respondemos à perda de um animal de forma diferente, mas perder um animal implica normalmente fazer um processo de luto. No caso das crianças, A perda de um animal de estimação pode ser a primeira experiência que uma criança tem da morte e a primeira oportunidade que temos para a ajudar a (aprender a) lidar com a dor que inevitavelmente acompanha a perda de alguém de quem gostamos muito.
A morte de um animal de estimação pode ser uma experiência muito dolorosa para uma criança. Podem sentir-se tristes, zangadas ou sozinhas. Deixamos algumas estratégias para as ajudar a lidar, de forma adaptativa, com estes momentos:
- Mostre à criança a sua própria dor pela morte do animal;
- Assegure que a criança não foi responsável pela morte do animal;
- Envolva a criança no processo de morte do animal (em caso de eutanásia, por exemplo);
- Crie uma memória do animal (um quadro, uma fotografia,…);
- Não se apresse a substituir o animal de estimação (há que dar tempo ao fluir das emoções…).
No portal eusinto.me pode encontrar um conjunto muito alargado de recursos relacionados com a saúde psicológica. Consulte, vai valer a pena!
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os açorianos.
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

 

* Vogal da Direção da DRA-OPP

Filipe Fernandes*

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