O Sindicato das Indústrias, Alimentação, Bebidas, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT) considerou que 2023 será um ano “muito difícil” para os trabalhadores açorianos, tendo lembrando para a existência da “grande disparidade” entre os rendimentos no arquipélago e noutras regiões.
Num comunicado enviado às redacções, o SITACEHT refere que o ano de 2023 a situação laboral dos trabalhadores açorianos “será muito complicada”.
Deste modo, é indicado pelo Sindicato que “contenção salarial generalizada, com a subsequente redução do rendimento disponível” tem nos Açores “um efeito ainda mais negativo, considerando a grande disparidade entre os rendimentos dos trabalhadores açorianos e os de outras regiões do país”, fundamentando que os trabalhadores açorianos suportam “um custo de vida agravado pela insularidade e agora pelo turismo, com rendimentos reduzidos, aumentando, assim, a disparidade remuneratória, com prejuízo da coesão social nacional.”
O Sindicato expõe que as famílias açorianas “continuam a ser empurradas para situações de pobreza real”, uma vez que “os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar não são suficientes para garantir a sua subsistência”.
Assim, o SITACEHT defende o “aumento geral dos salários e a evolução de todas as grelhas salariais, de modo a assegurar a progressão de salários absorvidos pelo aumento (ainda que insuficiente) do Salário Mínimo Nacional como elemento indissociável da valorização das profissões, competências, experiências e qualificações”. O documento assinado pelo dirigente sindical Vítor Silva alega que o aumento dos salários acaba por ser “um investimento que beneficia a economia e a Região”, acrescentando que o mesmo resultaria na “melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e das famílias açorianas” estimulando a promoção do consumo e contribuindo assim para “o aumento da produção e das vendas das empresas, a criação de mais emprego e o crescimento da economia.”
Esta solução resultaria em simultâneo no “crescimento das contribuições para a segurança social, ajudando a melhorar a sustentabilidade financeira do sistema.”
Para o Sindicato, “não faz sentido falar em crescimento económico quando este é feito à custa da degradação da qualidade de vida dos trabalhadores açorianos”, sendo necessário haver um compromisso colectivo com medidas “de impacto a curto, médio e longo prazo”.
Por fim, o SITACEHT sublinha que “conciliar melhor a vida profissional, pessoal e familiar favorece a diminuição do absentismo, o aumento da produtividade e a retenção de talento, contribuindo também para a sustentabilidade demográfica.”