Duas açorianas unem-se e criam OnConnect na luta contra o cancro
Diário dos Açores

Duas açorianas unem-se e criam OnConnect na luta contra o cancro

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Este é um movimento que nasceu em São Miguel, mas tem a ambição de ser um verdadeiro movimento açoriano.
O grupo chama-se OnConnect e querem realizar a conexão, a ligação, a entreajuda entre os pacientes com todo tipo de cancro, com “orgulho, satisfação, e responsabilidade”.
Nélia Botelho e Regina Pereira são duas açorianas e são os rostos mais visíveis que dão “força” e “promovem o sonho de criar uma verdadeira comunidade que luta contra esta doença, doença essa que infelizmente tem tido grande impacto nas nove ilhas dos Açores”.
Recentemente sopraram as velas de um ano de existência, de um ano de colaboração e de desenvolvimento de actividades, sempre com o “objectivo de ajudar quem mais precisa”.

“O cancro bateu-me à porta”

Nélia Botelho, residente em São Miguel, afirma que “a palavra cancro por si só assusta qualquer pessoa e só quando nos bate à porta é que sentimos na pele a realidade desta doença, e o impacto que ela tem em nós e nos que nos rodeiam”.
“Bateu-me à porta e, depois de um longo processo fui operada e a recuperação seguiu-se e dei comigo a pensar como é que poderia ajudar pessoas nesta situação”, regista a micaelense com a alegria que a caracteriza, esclarecendo mesmo que “fez todos os processos (quimioterapia e radioterapia) sempre com um sorriso no rosto, com pensamentos positivos e boas vibrações”.
Sabe, diz, “aceitar é meio caminho para a realização da nossa cura”.

Recolha de fundos e ofertas ao HDES

Nélia avança que já “realizaram algumas recolhas de fundos, um jantar inicial e tivemos muita aceitação das pessoas. Acreditamos que temos pernas para andar e que podemos contar com muita gente que nos apoia. Todas as verbas angariadas foram para investimento em artigos de apoio aos doentes pós-internamento, porque quem luta com o cancro quando está no Hospital tem todo o apoio e cuidados necessários, mas quando regressam aos seus lares as realidades são, normalmente, muito diferentes”.
Segundo a dinamizadora do OnConnect, e “como resultado do esforço e apoio de todos, foram já, numa primeira fase, entregues ao Hospital Divino Espírito Santo duas cadeiras de rodas, duas cadeiras de duche giratórias, dois pares de canadianas e quatro andarilhos, bem como uma cama articulada e um colchão”.
Já este ano, 2023, o sonho e ambição deste grupo de lutadoras mantém-se.
Estão a realizar venda de rifas e, segundo Nélia refere, “estamos a fazer trabalhos naturais e arranjos florais para todo o tipo de festas: casamentos, baptizados, comunhões, festas particulares e fazemos sorteios de prémios oferecidos”.

Sonhos para 2023

Foi assim que assinalaram um ano de actividade a 26 de novembro, tendo promovido um serão e jantar com muitas e altas contribuições de todos, desde os pratos de comida já confeccionados, sobremesas e outras formas de ajudar: compra e venda de bilhetes.
Nélia e Regina agradecem o apoio de alguns “emigrantes a residir no Canadá” e solicita que todos se juntem a esta causa.
Registe-se que a conexão (o connect) entre Nélia e Regina surge porque as duas “já foram doentes oncológicas há uns anos atrás”.
“Sobre a organização olho para trás com felicidade e com confiança no futuro. Sobre esta doença, posso dizer que eu não imaginava que a minha vida desse uma volta tão grande e acredito que realmente Deus faz milagres. No dia em que eu compreendi que a única coisa que levo comigo é o que vivo, comecei a viver de acordo com o que eu quero e me faz feliz”, sintetiza Nélia Botelho, que faz questão de dizer “não quero nenhum protagonismo, quero apenas ajudar, naquilo que sei e posso, com muito amor e carinho, as pessoas que muitas vezes precisam de coisas, mas essencialmente de uma palavra amiga”.

Os contactos de OnConnect

Antes de terminar, e porque estamos ainda em começo de ano novo, Nélia e Regina querem desejar “um bom ano a todos os leitores e às suas famílias, não esquecendo que o Natal não é apenas e só uma data. É um estado de espírito e que o ano novo, só será realmente novo, se existir mudanças em nós”. “Queremos agradecer a todos, mas a todos mesmo, esperando que em 2023 continuem ao nosso lado”, dizem.
O cancro, para muitos, “dá mais vontade de viver”.
Quem convive ou vive com esta maldita doença, percebe que o cancro não gosta de luta, não gosta de esperança, não gosta de garra, não gosta de força … e só essas coisas, junto com a alegria de viver, faz muitas vezes levar de vencida o cancro.
Ajude a OnConnect a ajudar outras pessoas, pois como dizem “hoje por nós, amanhã por vós”.
Os apoios, contribuições e/ou mais informações podem ser feitos através da página da rede social Facebook “ONCONNECT - Conectados com a Oncologia”

ou e-mails: nellybotelho456@gmail.com / reginaguiar72@hotmail.com .

por Rómulo Ávila,
Correspondente em Toronto

Exclusivo Diário dos Açores *

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