Divagação XXIV(III)
Sinto-o como uma libertação. Dos dias, dos meses de trabalho, de dedicação, de imaginação. A arte de surpreender o próximo. Um Carnaval vestido com o quase impossível, onde o rotineiro não mora.
Que o diga quem, tal abelha apressada, esvoaça entre os desfilantes, pregando uma alça, ajeitando um colarinho, enfeitando um rosto. Antes que os batuques desatinados os libertem para a rua.
Isto era um saco de arroz, aquele de farinha. Este colarinho foi feito com o material de embrulho do peixe...tivemos de o lavar e secar muito bem para tirar o cheiro! Isto fui eu que pintei. Fizemos tudo à mão, inventámos.
Só faltou dizer: isto é nosso, veio do coração.
Não disseram, mas transparecia nos olhos sorridentes e orgulhosos.
Abraço,
Ana
por Ana Roque de Oliveira *
ana_roque_oliveira@yahoo.com