Não existem emoções boas ou más! Todas correspondem a estados transitórios, necessários para o bem-estar do individuo pelas suas funções específicas e adaptativas.
Foquemo-nos na tristeza, o farol de alerta que desperta no indivíduo o pensamento reflexivo e assume um papel reparador e de adaptação perante as perdas ou situações de impotência. Esta é, para muitos pais, a emoção a negar e suprimir, pelo desconforto que possa causar, pela dificuldade em mediarem a expressão dessa emoção ou pela imaturidade da criança em geri-la. No entanto, é no seio familiar que os pais, enquanto modelos de expressão emocional, devem partilhar adequadamente, com a criança, os seus estados emocionais negativos para que esta, através da observação e imitação, consiga identificar, reconhecer e lidar com essas mesmas emoções, em vez de reprimi-las ou distorcê-las.
Mas, atenção, não devemos confundir a partilha dessas emoções com desabafos com os quais a criança não consiga lidar, pela complexidade das situações vivenciadas. Então, como fazê-lo? Deve transmitir ou confirmar como se sente, associando uma explicação sucinta e simples, que não aprofunde demasiado os assuntos, mas que permita à criança normalizar e validar a tristeza enquanto emoção também necessária e presente nas nossas vidas!
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Ana Sofia Casquilho*
* Psicóloga Clínica e da Saúde