Diário dos Açores

Vejo o meu filho(a) sempre no TikTok. Devo preocupar-me?

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Como qualquer outra rede social, o TikTok já carrega riscos relativamente conhecidos que vão desde a exposição de fotos desadequadas de menores até à possibilidade de se falar com qualquer estranho. Mas nisto, o TikTok é ainda mais irreverente.
Quantas vezes é que os pais, angustiados,pensam: “O que vou dar a ele(a) para se entreter?”. Tantas vezes, a solução está em colocar nas mãos do menor um tablet onde, aceder a redes sociais, está, literalmente, a 1 dedo de distância, tenha ele 5 ou 13 anos. O tédio é, na realidade, um fortíssimo meio de estimular a criatividade.
O TikTok não permite idades inferiores a 13 anos, mas esta é uma medida tão eficaz quanto um barco furado. É fácil utilizar uma idade fictícia ou simplesmente aceder pela conta do pai que empresta o seu telemóvel.
O algoritmo do TikTok é simples: captar o máximo de atenção do utilizador. Para isso, utiliza estratégias para adaptar os gostos da criança, conjugando elementos como o tempo que permanece emcada vídeo ou os famosos likes. Assim, é interessante quando o TikTok mostra mais vídeos de gatinhos a uma criança que os adora, mas é preocupante quando uma criança com humor deprimido tende a ver mais vídeos tristes ou uma jovem com excesso de peso que admira outras jovens em vídeos com corpos ditos “perfeitos”, contribuindo para uma autoestima decadente. Talvez o maior risco desta app esteja na facilidade de uma criança em criar um “direto” onde passa a estar expostaao mundo inteiro. O TikTok tem um método dissimulado de dar dinheiro aos protagonistas: rosas, peluches ou coroas virtuais. Assim, qualquer pessoa mal-intencionada pode dar estes presentes à criança/jovem para que esta, na sua ingenuidade, execute certos pedidos.
Não é possível a tranquilidade quando um menor utiliza esta rede social. É imperativo que o seu filho menor tenha supervisão ou tenha as ferramentas parentais ativadas parapoder desfrutar, com maior segurança,da diversão que esta app pode entregar.

Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Paulo Moniz*

*Psicólogo formado em Psicologia Criminal e Neuropsicologia

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