18º Festival Internacional dos Açores retoma nos meses de Agosto e Setembro
Diário dos Açores

18º Festival Internacional dos Açores retoma nos meses de Agosto e Setembro

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De 31 de Agosto a 16 de Setembro, o Festival Internacional dos Açores – FIA vai chegar às ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial, Pico, S. Jorge, Graciosa e Flores com uma programação assente naquilo que se pode designar como “Seis Rotas de Navegação”: a Rota das artes cénicas, a Rota da música clássica, a Rota da música brasileira, a Rota do jazz, a Rota dos mestres (masterclasses e workshops) e, por fim, a Rota da palavra. Este é o único festival que conta com uma programação em sete ilhas, o que representa um desafio logístico, mas aumenta a visibilidade do arquipélago açoriano e potencia o pensamento e a cultura atlânticos.
 Nesta que é a 18ª edição do FIA a programação passa a incluir, para além da música clássica que caracterizava as origens do festival, registos como o jazz, a música brasileira e outras artes cénicas, tais como, a inclusão da comunidade local artística, grupos de teatro locais e a comunidade. Prevê-se, para já, a realização de 23 concertos/espectáculos, quatro workshops, três conferências, três formações, duas exposições e sete acções em escolas.
 As comemorações dos 50 Anos de Carreira de Herman José, sob o mote “Da clave de sol à clave de lol”, são um dos destaques da 18ª edição do FIA, mas a agenda conta com uma panóplia de artistas nacionais e internacionais, tais como António Capelo, Artur Pizarro, Adriano Jordão, André Gago Júlio Resende, Luanda Cozzeti, Maestro Vitorino de Almeida, Rita Blanco, Maria João, Pavel Gomziakov e Rubén Benttencourt, que se dividirão em actuações por sete ilhas.
 “A proposta do 18º FIA aposta na celebração da multiculturalidade, cosmopolitismo e diversidade artística. Para além dos formatos mais tradicionais, exploramos a contemporaneidade de registos experimentais e de inter-artes e novas formas de nos relacionarmos com as comunidades açorianas e da diáspora. Através de diferentes “Rotas de Navegação” reunimos diferentes artes e expressões, talentos emergentes e consagrados, formatos de grande audiência e registos intimistas, artistas locais e internacionais”, explica Tiago Nunes, director do Festival Internacional dos Açores.
 “Apresenta, por exemplo, Herman José num registo intimista e retrospectivo, passando pela sonoridade do free jazz e do teatro de António Capelo e Rita Blanco. Com esta fusão artística procuramos chegar a vários tipos de públicos, com opções para todos os gostos e interessando, tornando o festival mais democrático. Além disso, a fusão artística também visa estimular a troca de ideias e a criação de diálogos interculturais, reforçando o espírito de unidade e comunhão, pois não é apenas um evento cultural, mas também uma plataforma para a promoção da diversidade e da inclusão”, acrescenta.
 Além disso, a programação vai reflectir três grandes temáticas que serão discutidas em conferências, sendo elas: o feminismo: o tema será explorado numa conferência sobre a História do Feminismo na Arte e serão abordadas tópicos como a agenda baseada na igualdade de género, como eliminar as desigualdades e promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres – uma preocupação que a 18ª edição do FIA teve presente na sua programação; as Comemorações dos 150 anos do Nascimento de Rachmaninoff: serão realizados concertos em homenagem ao compositor e uma conferência sobre a sua vida e obra, enquanto compositor e músico migrante que na sua trajectória de fuga da Rússia durante a Revolução Russa desenvolveu carreira artística em exílio; inclusão dos Refugiados Ucranianos: os Açores receberam 125 refugiados ucranianos e a inclusão desta urgência humanitária visa ajudar a comunidade directamente como, por exemplo, através da oferta de bilhetes para concertos e masterclasses, a integração destes artistas na programação do festival e na organização do mesmo e através de intercâmbios. Lembrando que a comunidade ucraniana foi importante para o desenvolvimento cultural e musical do arquipélago e como a arte pode, como mecanismo de narração de traumas e expressão dos sentimentos, facilitar também a relação entre os profissionais e os indivíduos afectados.
 Numa outra temática, explorar-se-á também a beleza natural dos Açores com a realização de workshops pela fotógrafa Ana Proença, sobre fotografia em S. Miguel e na ilha Terceira para promover e democratizar práticas fotográficas pela população. Esta actividade vai culminar numa mostra de fotografias que representa a preocupação ecológica com o impacto negativo de resíduos tóxicos na paisagem. A intenção é de sensibilizar o público a agir de maneira responsável e a proteger o meio ambiente.
 Para além da programação artística existe uma componente de responsabilidade social onde se prevê o desenvolvimento de parcerias locais, com agentes educativos (Conservatório, escolas e grupos de teatro locais), para introduzir a formação e sensibilização de públicos e aumentar o sentido de pertença dos açorianos através da participação destes grupos nos espectáculos. Por exemplo, o actor António Capelo, vai incluir nos seus espectáculos pelas ilhas grupos de teatro locais, grupos de música amadores, figurinos das localidades e artesãos que participarão nas montagens do palco.
A programação completa pode ser consultada aqui: https://festivalinternacionalacores.com/

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