Diário dos Açores

Os mentirosos de São Bento

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Transparência

A última tentação de António Costa, primeiro-ministro com maioria absoluta em São Bento, é ser governo absolutista na metrópole e colonialista no além-mar. Tudo que não esteja no seu quintal ideológico, aniquila-se, afoga-se, destrói-se. E tudo é feito com o mesmo sorriso negro, diante das câmaras televisivas. Tudo é hipócrita e cinicamente encenado para manter o poder. Mesmo se a argamassa alicerça a mentira literal, a arrogância permanente, a insolência e menosprezo pela indignação popular.
Para as últimas colónias do império, Madeira e Açores, governadas localmente por diferentes paradigmas partidários, a vida das populações insulares tem sido particularmente difícil, mediante a indiferença que demarca todos os que apresentam propensão para o poder narcisista. António Costa não dá orelhas e até retém fundos comunitários que são devidos às Regiões, bem como investimentos do estado português nas Ilhas, melhoramentos de infraestruturas estatais e todo um manancial de deveres menosprezados pelos mentirosos de São Bento. Mentirosos, porque visitam as Ilhas, prometem mundos e fundos e depois ‘esquecem’ por completo a palavra dada.
Para essa classe política e ao contrário do que cantam em campanhas eleitorais, o Povo de nada vale. O poder, esse sim, vale tudo – principalmente mentir. Veja-se os Galambas da TAP.
Assim, o castigo aplicado aos Arquipélagos, é afogá-los financeiramente.
Foi isso que foi feito pela coroa em relação ao Brasil. Sacar o máximo de impostos sem compensações. Daí que D. Pedro, filho de rei e príncipe regente, se tenha revoltado e dado o grito de “Independência ou Morte”.
A História traz-nos uma imensidão de exemplos, das atitudes coloniais praticadas ao longo dos séculos. A metrópole continua a ser isso mesmo: Metrópole imperialista compulsiva. Está nos genes e não há democracia ou constituição que o limpe ou mude e muito menos esta partidocracia instalada em São Bento. E é de notar o silêncio comprometedor da sucursal socialista insular. O PS/Açores está surdo e mudo sobre este assunto, só para não ter de criticar os chefes-mandantes da metrópole. Limitam-se a desviar atenções, criticando o governo açoriano em ninharias fora do contexto. Os interesses açorianos são secundários.
Só a revolta e contestação podem conseguir arrancar a justiça e obrigá-los a cumprir os requisitos constitucionais.  
Tal como aconteceu nos anos setenta do século XX, em que a Lavoura veio para a rua – a que se juntou o independentismo – e depois de dado o grito, a metrópole respondeu, contendo disfarçadamente a cólera, cedendo forçadamente uma autonomia que depois, nos anos seguintes, viria a controlar e diminuir, afogando sistematicamente todas as torneiras financeiras e económicas. Essa mesma Lavoura que agora e mais uma vez usada e discriminada, deve assumir o seu papel e vir para as ruas manifestar-se, com tratores, com vacas e, principalmente com Povo.    
Se antes a escravatura era acorrentada de grilheta e grilhão, agora essa escravidão pratica-se de forma subtil, utilizando garrotes e torniquetes económico-financeiros. Os fins são exatamente os mesmos. Apenas mudaram os métodos.  
E como gritaria D. Pedro I do Brasil – Pedro IV de Portugal: Independência ou Morte.

José Soares *

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