Diário dos Açores

A JMJ de 1 a 6 agosto 2023

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A PSP manifesta-se contra a falta de meios humanos e materiais na região (Açores)
Os professores em greves sucessivas há meses para recuperarem o tempo de serviço roubado. (Continente)
Os médicos em greve por melhores condições, idem para os enfermeiros. Até os velhos combatentes das guerras coloniais fazem greve da fome por não verem implementado o estatuto do antigo combatente e suas miseráveis regalias.
A Universidade dos Açores há anos que assinou um protocolo com o ministro Heitor e o dinheiro indispensável à tripolaridade nunca chegou aos seus cofres exauridos ameaçando a estagnação e o futuro da instituição.
Os agricultores açorianos e os pescadores são discriminados por leis da República que os deixam de fora face aos prejuízos pela guerra da Rússia na Ucrânia.
Os apoios (uns milhões) prometidos pelos danos do furacão Lorenzo em outubro de 2019 tardam a chegar.
As pensões de miséria portuguesa, os salários de pobreza, impostos elevados  e mais de 2,5 milhões de portugueses na miséria e abjeta pobreza, sem dinheiro para se alimentar cabalmente, sem dinheiro para se aquecer no inverno ou arrefecer no verão, sem dinheiro para os medicamentos de que precisa, ou as consultas a que não tem dinheiro para ir, , nascem pobres, vivem pobres e pobres morrem, mas para eles o estado não tem solução nem dinheiro.
Resumidamente, isto foi uma pequena amostra do país onde nunca há dinheiro para o essencial, fundamental, imprescindível, mas, de repente, apesar de se arvorar em país laico saem oficialmente 30 milhões para a Igreja ter esta festa (oficiosamente devem ter sido 80 diz o Jornal de Negócios https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/estado-investe-mais-de-80-milhoes-na-jornada-mundial-de-juventude).
Nada me opõe à realização destas Jornadas ou doutras sejam elas  dos Ismaelitas ou qualquer outra  religião não-fundamentalista. O mercado e o turismo religioso ainda são importantes, embora já menos que  LGBT e outras espécies de turismo, e isso ajuda a economia, mas creio que o Estado nunca deveria investir nestas Jornadas sem resolver os problemas atrás citados. Há uma inversão total de valores e de prioridades.
Pareço pertencer a um pequeno grupo de cidadãos que assim pensa, a maioria por fé, ou não, entende que fazem muito bem, nem se preocupa por a JMJ não passar recibo das aquisições efetuadas, ou marcações feitas. Nem se preocupam com os  preços cobrados pela Igreja por tudo e mais alguma coisa, nem se ralam com o facto de haver milhares de voluntários que graciosamente tornam o evento possível. 

Chrys Chrystello*

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713
 

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