24 formas de escrever os Açores!
Diário dos Açores

24 formas de escrever os Açores!

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Opinião

Falar de um autor às vezes é difícil. Tentar compreendê-lo, tentar passar a mensagem do seu livro da melhor maneira, ser-se o mais sincero possível sobre aquilo que se leu ainda mais difícil é!
Portanto, falar de 24 autores é muito mais complicado, e não é esta a minha intenção com este texto. No entanto, a tarefa simplifica-se quando conhecemos estes mesmos autores, nem que seja um pouco, e quando o acompanhamos no processo de escrita. 
Foi isso que aconteceu com a Maratona Literária da Letras Lavadas, nos passados dias 21 e 22 de julho. Entre as 9h e as 20h do dia 21 de julho acompanhei todos os autores que participaram neste evento, neste espaço de tempo. A tarefa nas horas seguintes coube ao meu colega e amigo João Garcia. E foi maravilhoso ver a postura de uns, a timidez de outros, a felicidade em todos eles. Muito mais do que qualquer outro sentimento, prevalecia sempre a felicidade pela participação naquele momento! 
Escrever tem destes momentos de partilha da felicidade e do encontro com diversas pessoas que têm as letras como paixão!
Comecei a ler o resultado desta maratona logo no dia seguinte, uma vez que este foi um livro editado em tempo record.
Em cada novo texto, uma nova emoção, uma nova esperança de uma história diferente. E muito se leu nestas páginas. Desde cartas a Gaspar Frutuoso ou a Shakespeare, experiências vividas em igrejas ou cemitérios, entidades como o Hospital do Divino Espírito Santo personificado, e muito mais. 24 locais e 24 autores diferentes, para ser mais específica! É esta a dimensão da leitura deste trabalho conjunto de 24 autores açorianos!
Neste livro há muitas formas de se escrever e tantas outras de mostrar os Açores, todas elas devidamente envolventes e interessantes, capazes de captar a nossa atenção para mais um texto e mais outro, e mais outro. E rapidamente chegamos ao fim deste livro, belíssimo, que também integra outras artes, tais como fotografia, de Paulo Goulart, e desenhos dos Urban Sketchers. Também com estas artes se contam histórias, se descrevem locais e se criam personagens. Tudo devido à criatividade e à imaginação de cada artista. O que seria o mundo sem eles, os artistas!
Mas todo este projeto aconteceu, e acontece diariamente nos Açores, porque há um editor que acredita no potencial da literatura açoriana e a faz crescer com a sua vivacidade e capacidade de levar mais longe o nome dos Açores. 
Por isso, ao Senhor Ernesto Rezendes, meu patrão e bom amigo, dedico este texto. Este homem é o motor do crescimento da literatura açoriana e pena sinto dos que assim não pensam. É preciso ser-se muito ousado para reunir 24 autores em 24 horas para escreverem um livro que pousou no colo de todos os presentes no seu lançamento, apenas nove horas depois!
É por isso que os Açores marcam diferença na literatura, é por isso que leio e que escrevo, sempre que posso, porque esta arte da escrita e da leitura faz de nós melhores pessoas, mais interessadas e mais empáticas. 
Um bem-haja à literatura, pois é ela que move todo o mundo!


Boas leituras!

Patrícia Carreiro*
* Diretora da Livraria Letras Lavadas

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