Eu fui à Jornada Mundial da Juventude
Diário dos Açores

Eu fui à Jornada Mundial da Juventude

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Tudo começou em 2019 quando, no Panamá, o Papa Francisco anunciava que Portugal seria o país a acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude.
Depois de anos de trabalho, muita preparação e dedicação eis que chegamos a Agosto de 2023 e o que chegou a parecer tão longe, estava agora bem perto. A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 estava apenas a um voo de distância entre Ponta Delgada e Lisboa. 
Sendo a primeira vez que participei numa JMJ, fui de coração aberto, com alguma ansiedade, e expectante quanto ao que poderia ser, para mim, aquele evento.
Confesso que nada foi ao encontro daquilo que pensava que poderia ser. Foi tudo muito superior ao que eu havia imaginado, pois superou toda e qualquer expectativa.
Em Lisboa vivia-se alegria, respirava-se fraternidade, havia muito amor. As mais diversas cores – das bandeiras, das t-shirts, das mochilas - revelavam uma energia tão positiva que contagiava qualquer um e era impossível ficar indiferente ao que se estava a passar na capital de Portugal.
Deixei-me levar por aquele espírito jovem e continuei o caminho, um caminho que comecei a percorrer logo em 2020 enquanto membro do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil dos Açores.
Mas vou deixar de lado esta parte em que estive envolvida no Comité Organizador Diocesano (COD de Angra) e tentar, por palavras, explicar o que foi a JMJ para mim enquanto membro desta Igreja. É muito difícil escrever sentimentos!
Pode parecer cliché, mas realmente, colocar por palavras uma vivência tão rica, tão cheia de tudo, parece missão impossível. A JMJ é para ser vivida, sentida… é para nos deixarmos tocar por cada palavra das várias mensagens do Papa Francisco, -e que mensagens de lindas e profundas ele nos deixou -é para estarmos em união com jovens dos quatro cantos do mundo e todos, mas mesmo todos, com o mesmo objectivo: o amor que sentimos pelo nosso Jesus e que nos levou, neste caso, até Lisboa.
Foram vários os momentos que para sempre vou recordar, desde a Via-Sacra, no Parque Eduardo VII, a Vigília já no Parque Tejo – Campo da Graça – até à Missa do Envio no Domingo. 
Foi impressionante o som do silêncio na noite de Sábado em que, perante o Santíssimo Sacramento, de joelhos, o Papa pediu silêncio e cerca de um milhão e meio de jovens obedeceram e silenciaram a voz do coração, num momento de introspecção que a todos arrepiou.
Viver esta JMJ, para mim, foi um momento de graça, de louvor e de acreditar que a Igreja está bem viva, que os jovens não estão afastados, só precisam de ser ouvidos e de serem tidos em conta.
Eu era apenas mais uma, naquele banho de multidão que invadiu Lisboa entre 1 e 6 de Agosto de 2023, mas eu estava lá, presente, como todos, de coração aberto e disponível para acolher o que Jesus me queria dizer.
Regressei a casa com um sentimento de dever cumprido, de coração cheio e com o pensamento na comemoração das bodas de pratas do Jubileu, em 2025, em Roma, e a pensar em continuar o caminho quem sabe, talvez, até Seul, na Coreia do Sul, em 2027.
Tanto eu como milhares e milhares de pessoas não tiveram medo, levantaram-se apressadamente e puseram-se a caminho. Que esta JMJ não termine com a Missa do Envio, que ela prossiga sempre viva, cheia de cor, cheia de humanidade e rica do amor de Jesus e da Sua Mãe Santíssima.
Que Jesus sempre nos acompanhe e proteja e não nos deixe sair do caminho, pois “Esta é a Juventude do Papa”!
Olivéria Santos

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