Lançado no Pico “o último Czar do século XX” a 7.500 euros cada garrafa
Diário dos Açores

Lançado no Pico “o último Czar do século XX” a 7.500 euros cada garrafa

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O empresário picoense Fortunato Garcia, produtor do famoso vinho Czar, acaba de lançar dois vinhos especiais, um dos quais “o último Czar do século XX”.
Sabendo-se que não há Czar todos os anos, nesta década são cinco os anos sem Czar, no entanto, por vezes existem dois anos consecutivos.
Após o Czar 2013 ter sido considerado um dos melhores vinhos portugueses do ano, surge agora o 2014. Um vinho que foi engarrafado nove anos após a sua colheita.
Tantos anos em barricas velhas fez com que 45% do vinho evapore, a famosa parte dos anjos.
No entanto, na opinião do produtor, justifica-se esta perda tão grande, com a riqueza que o vinho adquire.
Passas, mel, laranja caramelizada, nozes, limão tangerino, são as notas predominantes no nariz.
Na boca, o equilíbrio entre o álcool, como sempre natural, a acidez estonteante os açucares restantes e o sal, faz com que a persistência e, por consequência, a longevidade deste vinho, fique e perdure no palato durante longos minutos, que até parece que é o provador que não o quer deixar ir embora.
O centro da língua não para de salivar, pedindo sempre mais, pois a frescura da acidez, aliada à salinidade causam esta sensação.
O outro vinho tem uma história diferente.
Vai ser intitulado “O último Czar do século XX”.
Vinho que é uma homenagem ao seu mentor, José Duarte Garcia, ainda produzido com este em vida, e que foi vindimado em 1999.
Numa das barricas deste ano, o pai de Fortunato não a quis adicionar ao lote, pois era a que mais gostava.
Assim, esta ficou para trás para momentos especiais entre a família e amigos, conta ao nosso jornal o empresário picoense.
Em 2004, é decidido passar o resto do vinho para garrafões, pois a barrica começava a ficar demasiado vazia.
“Talvez demasiadas patuscadas na adega”, ri-se Fortunato.
O restante desta barrica irá agora ser engarrafado, em 86 garrafas de cristal Vista Alegre, com gravação a ouro de 21,3K.
A sua comercialização irá ser iniciada em 2024, 25 anos após colheita.
A importância deste lançamento, segundo Fortunato ao Diário dos Açores, é que, após as pragas que atingiram as vinhas do Pico, principalmente a filoxera em 1872, o então famoso vinho passado do Pico desapareceu.
Vinho que durante séculos passou pelas mesas de reis, papas, imperadores e Czares.
Em seu lugar, aparece o que passou a ser conhecido como o Verdelho do Pico.
No entanto, José Duarte Garcia, teimosamente, desde os anos 60, deu continuidade ao que também chamava vinho verdelho, mas sendo elaborado da mesma forma que o vinho passado era, nos seus tempos mais áureos.
Vinho de colheita mais tardia e completamente natural, sem nenhuma adição de nenhum tipo. Um puro sumo de uva, fermentada claro.
É assim que todos os Czares são produzidos até hoje, daí que, devido às condições atmosféricas incertas todos os anos, nem sempre se tem Czar.
Este vinho de 1999 será o último Czar do século passado a ser comercializado.
Para além de ser o último Czar do século XX, as garrafas irão ser personalizadas, com o nome que o comprador entender gravar. Só uma garrafa por nome.
Como o ouro tem de ser cozido, para se firmar no cristal, somente quem efectuar a pré-compra, até ao dia 31 de Dezembro, antes de se dar luz verde à Vista Alegre para as produzir, terá o seu nome gravado a ouro.
 Depois, pode-se gravar, mas não se poderá encher com o metal precioso.
O custo é de 7.500 euros cada garrafa ou de 6.500 euros em pré-compra.

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