Diário dos Açores

Petição com mais de 3 mil assinaturas pede aprovação urgente da Rede de Áreas Marinhas Protegidas

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Ontem, Dia Nacional do Mar, foi entregue ao Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores uma petição a pedir urgência na aprovação da proposta de criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA).
Esta petição, encabeçada pelo professor José Azevedo, docente e investigador da Universidade dos Açores na área da Biologia Marinha, e apoiada pelo sector do turismo, cientistas, cidadãos nacionais e estrangeiros, colheu até à data mais de 3.150 assinaturas, em pouco dias, e pede à Assembleia Regional que não adie a implementação de medidas para a defesa efectiva da biodiversidade marinha, sendo a mais emblemática a proibição total da pesca em aproximadamente 15% do mar dos Açores.
“Há décadas que se estudam e discutem as reservas marinhas nos Açores mas com poucos resultados. Por isso há cada vez menos peixe e marisco no mar dos Açores. Agora que existe uma nova proposta em cima da mesa, reunindo vários anos de trabalho científico e consultando as partes interessadas em todas as ilhas e sectores de atividade, surgem as habituais pressões para se fazerem ainda mais estudos e se adiar, mais uma vez, a decisão. É incompreensível. Se continuarmos como até aqui, vamos acabar com um deserto marinho que não servirá a nenhum açoriano.” refere o professor José Azevedo.
Bruno Sérgio, biólogo marinho e membro da comissão de centros de mergulho de São Miguel, reforça: “Querem saber qual o futuro de todas as ilhas dos Açores sem Áreas Marinhas Protegidas? Basta ver o estado atual da costa da Ilha São Miguel. Não há peixe, não há polvos, não há lapas, não há marisco!”.

Proibição de pesca
em 15% do mar
açoriano

E continua: “Na Madeira aposta-se claramente na protecção do mar e no seu valor não extractivo, faz 37 anos, e pondera-se aumentar essas mesmas áreas costeiras. As reservas existem e têm fiscalização efectiva. Nos Açores não podemos continuar à espera por mais tempo, pois já esperamos mais de 60 anos, com dezenas de reuniões entre os sectores intervenientes. Esperamos que daqui a poucos anos as Áreas Marinhas Protegidas nos Açores, à semelhança de outras também inicialmente polémicas, como em Sesimbra ou na Madeira, sejam uma realidade, acarinhadas pela pesca, pelos impactos positivos da implementação das mesmas.“
O professor termina com uma nota de optimismo: “Acredito que as Áreas Marinhas Protegidas serão implementadas, e que daqui a poucos anos olharemos para trás e veremos a proibição de pesca em 15% do mar dos Açores como vemos hoje a proibição da caça à baleia: uma decisão óbvia, com resultados claramente positivos a nível da economia e biodiversidade.”

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