Pilotos em “rota de colisão” com privatização da Azores Airlines
Diário dos Açores

Pilotos em “rota de colisão” com privatização da Azores Airlines

Previous Article Previous Article Grupo Delta vai apostar em novas variedades de café nos Açores
Next Article “A indústria acomoda-se e precisa de inovar” “A indústria acomoda-se e precisa de inovar”

O consórcio Newtour/MS Aviation assegurou que “prestou todas as informações e esclarecimentos” sobre as empresas, sócios e acionistas que integram os grupos Newtour e Bestfly, no âmbito do processo de privatização da Azores Airlines, do grupo SATA.
Em resposta ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que defendeu o cancelamento do actual concurso de privatização da Azores Airlines e a abertura de um novo, o Agrupamento de Concorrentes constituído pela MS Aviation GmbH e pela Newtour Azores, S.A., disse que foi “totalmente surpreendido, quer na forma quer na substância”, pelas declarações prestadas pelo presidente do SPAC.
Em comunicado, o Agrupamento de Concorrentes que apresentou proposta à aquisição do capital social da SATA Internacional salientou que é “particularmente sensível às preocupações que todos os intervenientes possam ter, em particular quando são manifestadas por uma instituição com indesmentível relevância no sector”.
Contudo, acrescentou, foram prestadas “todas as informações e esclarecimentos ao Júri do Procedimento, designadamente sobre todas as empresas, respetivos sócios e accionistas, que integram os grupos Newtour e Bestfly”.
O consórcio garantiu ainda que “está e estará sempre disponível” para prestar todos os esclarecimentos que se revelem necessários e lembrou que integra, além do grupo Bestfly, o grupo Newtour “que é liderado por Tiago Raiano, açoriano, e com amplos investimentos estratégicos nos Açores e em Portugal continental”.
O SPAC enviou uma carta aberta à administração da SATA e ao Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) a manifestar preocupação com o processo de privatização em curso e com o futuro da companhia aérea.
“O reduzido número de concorrentes à privatização da SATA, apenas com dois consórcios a apresentar propostas, é motivo bastante para apreensão. Ao ser pouco disputada, esta operação levanta dúvidas sobre a sua efectiva atractividade no mercado e sobre a sua viabilidade futura, com efeitos directos numa baixa valorização da empresa, caso o negócio se concretize no actual cenário”, justificou.
Segundo o SPAC, os dois consórcios que participaram no concurso possuem um “perfil empresarial longe do que seria o mais desejável”.
“Sendo a privatização da SATA Internacional [Azores Airlines] uma obrigação, o SPAC sugere a realização de novo concurso, com critérios mais robustos e exigentes para escolha de comprador, tendo em conta a idoneidade, estabilidade financeira, experiência no sector da aviação e capacidade de investimento evidenciada pelo futuro parceiro”, referiu o sindicato, em comunicado de imprensa.
A Azores Airlines encontra-se em processo de privatização, prevendo-se uma alienação no mínimo de 51% e no máximo de 85% do capital social da companhia.
Em Outubro, o júri do concurso público excluiu um dos concorrentes, no relatório intercalar, alegando que não cumpria “as condições materiais” e que a proposta não era “definitiva, firme, nem vinculativa”.
O outro consórcio “cumpria as condições materiais”, com base na notação do caderno de encargos, tendo-lhe sido atribuída uma nota de 46,69 em 100 possíveis, equivalente a “suficiente”.
Em Junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

Share

Print

Theme picker