Crédito ao consumo volta a aumentar  nos Açores
Diário dos Açores

Crédito ao consumo volta a aumentar nos Açores

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O crédito ao consumo voltou a aumentar no 3º trimestre nos Açores, acompanhando a tendência nacional.
De acordo com os dados do SREA consultados pelo nosso jornal, no 3º trimestre deste ano os bancos dos Açores concederam 921 milhões de euros, o valor mais alto desde há um ano.
Já o crédito concedido para habitação, cifrou-se nos 2.356,7 milhões, em linha com os meses anteriores.
O crédito aos consumidores também continuava a aumentar este ano, no país, apesar da subida das taxas de juro.
Os bancos e financeiras emprestaram quase 3,2 mil milhões de euros com a finalidade de consumo nos cinco primeiros meses do ano, o que representa o valor mais elevado desde, pelo menos, 2013, quando o Banco de Portugal começou a publicar os dados.
Trata-se de um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que ainda se verificavam alguns constrangimentos por causa da pandemia e quando os agentes económicos se ajustavam à realidade da guerra na Ucrânia.
Há dez anos, o volume total de crédito aos consumidores nos primeiros cinco meses do ano não chegava sequer a 1,5 mil milhões de euros.

As explicações para
 o aumento
 
O que explica este aumento? O crédito para a aquisição de automóvel e o crédito concedido através do cartão de crédito e outras facilidades, segmentos que registam crescimentos homólogos de 7% em termos acumulados.
No caso do novo crédito para a compra de carro, as famílias pediram quase 1,16 milhões de euros entre Janeiro e Maio deste ano.
Embora os montantes concedidos através de locação financeira ou ALD tenham registado quedas, o crédito automóvel com reserva de propriedade e outros aumentou tanto nos novos (+18% para 248,3 milhões) como usados (9% para 888,2 milhões) em cinco meses.

Empréstimos por cartão
de crédito

Quanto ao cartão de crédito, os empréstimos por esta via ascenderam a quase 550 milhões entre Janeiro e Maio.
Em sentido contrário, o crédito pessoal, que conta para quase metade do crédito aos consumidores, registou um decréscimo de 5% para 1,47 mil milhões de euros no mesmo período, com os outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) a recuarem 6% para 1,42 mil milhões.
Já o crédito pessoal com finalidade da educação, saúde, energias renováveis, entre outras finalidades, aumentou 4%, mas para apenas 57 milhões nos cinco primeiros meses do ano.
A subida das taxas de juro está a provocar um abrandamento na procura de crédito bancário por parte das famílias, sobretudo para a compra de casa, e os bancos antecipam que o cenário de enfraquecimento se prolongue nos próximos meses.
No que diz respeito ao crédito ao consumo, as taxas estão em máximos de vários anos, acompanhando o aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE).
A taxa de juro do crédito automóvel para a compra de carro novo está em valores máximos desde o primeiro trimestre de 2017.
Em relação ao mês de Maio, trouxe um disparo do financiamento aos consumidores: 677 milhões de euros, mais 23% em comparação com abril. Os dados mensais confirmam a tendência de aumento do crédito automóvel (+24%) e cartões de crédito (+20%).

 Incumprimento no crédito
à habitação está a aumentar

O rácio de malparado está a aumentar no crédito à habitação, ainda que de forma ligeira.
O Banco de Portugal pede “prudência” aos bancos, mas afasta impor um travão à distribuição de dividendos.
Com efeito, numa altura em que a subida das taxas de juro traz cada vez mais dificuldades às famílias que têm empréstimos por pagar, começam a surgir alguns sinais de um aumento do incumprimento no crédito à habitação, ainda que ténues.
Para já, o Banco de Portugal (BdP) afasta um cenário preocupante e salienta a “resiliência” do sector, mas admite que os bancos devem ser “prudentes” e conservar capital.
 

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