A suspensão do processo de privatização da Azores Airlines é uma atitude sensata e responsável por parte de um governo que tem os dias contados e, como tal, não deve tomar decisões de cariz estratégico que comprometa o próximo governo.
É uma decisão tão óbvia como a do Governo da República em deixar a decisão da localização do novo aeroporto de Lisboa para o próximo governo.
Não se percebe a posição dos partidos de oposição, agora cheios de pressa para fechar um processo que tem um prazo até 2025, atribuído pela Comissão Europeia.
O que diriam os mesmos partidos se este governo tomasse uma decisão definitiva e um governo de cor diferente, a sair das próximas eleições, tivesse uma posição contrária à privatização e estaria amarrado à decisão do executivo anterior?
É interessante que partidos que tiveram uma posição pouco clara sobre este processo, alguns até responsáveis pela falência da Azores Airlines, estejam agora em pulgas com a suspensão, quando deviam elogiar o sentido de responsabilidade que se requer em governos que põem o interesse da região e do país à frente dos interesses das guerras partidárias.
E isto vale tanto para José Manuel Bolieiro como para António Costa, que tiveram uma atitude sensata quanto à SATA e ao aeroporto de Lisboa.
O resto é politiquice barata.
De que os cidadãos estão fartos.
Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt