Diário dos Açores

Exercitar a mente para um envelhecimento saudável

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A senescência é o processo natural do envelhecimento que compromete progressivamente aspetos físicos e cognitivos.  Ao processo de envelhecimento existem fatores biológicos psíquico e sociais que podem acelerar ou retardar o aparecimento e a instalação de doenças e sintomas. Um envelhecimento natural pressupõe alterações em todos os sistemas e órgãos do corpo humano, assim como no cérebro.  
Estas alterações no cérebro, aliadas às mudanças que ocorrem na visão e audição, geram mudanças nas principais funções mentais, como a memória, a linguagem, as funções executivas e as visuoespaciais, mesmo na ausência de doenças neurológicas. O envelhecimento natural prossupõe alterações cognitivas, a que chamamos “envelhecimento cognitivo natural”, mas também poderão surgir alterações mais significativas, como o declínio cognitivo ligeiro (DCL) - Condição médica definida pela perda das capacidades cognitivas numa proporção maior do que é esperado para a idade da pessoa.
As pessoas com DCL manifestam algum declínio nas suas capacidades cognitivas e dificuldades crescentes nas atividades diárias, mas geralmente são capazes de funcionar de forma independente. Assim a saúde dos idosos é o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente, significar ausência de problemas em todas as dimensões.
A manutenção da cognição é importante para a promoção da independência e autonomia do idoso, tendo em conta que a cognição e a funcionalidade são potencialidades modificáveis, pois a plasticidade cognitiva permanece no envelhecimento. A forma de mantermos o cérebro ativo é através da Estimulação Cognitiva - conjunto de estratégias e exercícios que visam potenciar áreas de cognição, tendo como objetivo melhorar o funcionamento cognitivo. Essas atividades podem passar pela realização de puzzles, palavras cruzadas, jogos de cartas, leituras em alta voz e com evocação, jogos de memória, labirintos, sopas de letras, sudoku, tangram, entre outros, o mundo digital apresenta excelentes oportunidades para exercitar o nosso cérebro. As atividades devem ser motivadoras e estruturadas, baseadas na comunicação verbal, aplicadas no cotidiano.
As intervenções desenvolvidas em grupo, apresentam efeitos positivos e duradouros. A estimulação cognitiva passa então pela realização de tarefas padronizadas, estruturadas e direcionadas que pressupõem a ausência de uma situação de aprendizagem e devem envolver o indivíduo numa situação de esforço mental. Criar as condições necessárias a manter a mente, as emoções, as comunicações e os relacionamentos em atividade é o melhor meio para minimizar os efeitos negativos do envelhecimento e levar as pessoas a viverem em melhores condições.

Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos! Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses

Cristina Reis *

* Psicóloga- membro efetivo da OPP

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