Diário dos Açores

Trazer à luz

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16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência Contra as Mulheres

Cada vez mais é visível o progresso que tem sido feito na valorização do bem-estar físico, mental e emocional, só que nos ângulos onde a luz se transforma em sombra existem segredos que continuam bem guardados, um deles é a violência contra as mulheres. 
Por todo o mundo, a cada segunda que passa, o medo, a brutalidade, a violência é uma realidade para uma mulher, essa realidade vai muita além das fronteiras, da cultura, da educação, da cor, da religião. Consegues imaginar o que é viver num mundo onde a tua segurança pessoal é um luxo, não uma garantia? 
Por isso hoje vou fazer minhas as palavras da ativista Malala Yousafzai “quando o mundo está em silêncio, até mesmo uma única voz se torna poderosa”, este meu artigo é um apelo à ação para que todos juntos possamos delinear um plano para um futuro mais justo.
Segundo as Nações Unidas a violência contra as mulheres é definida como “qualquer ato de violência de género que resulte ou possa resultar em danos ou sofrimentos físicos, sexuais ou mentais para as mulheres, inclusive ameaças de tais atos, coação ou privação arbitrária de liberdade, seja em vida pública ou privada”
Segundo um documento apresentado recentemente pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) deste 1 de janeiro até ao passado dia 15 de novembro em Portugal foram assassinadas 15 mulheres onde se verifica indícios suficientes para que os mesmos sejam classificados como femicídios. Ou seja essas mulheres morreram por serem do sexo feminino. 
Sujeitas a violência física, psicológica e emocional de forma perlongada e continuada até ao tão fatídico dia. O que fizeram elas para mereceram tal fim, eu não encontro resposta. 
Tanto o homem como a mulher tem particularidades únicas, que os define e os distingue, juntos criam vida, não a morte por violência. A mulher carrega outro ser durante meses, alimentando-o dentro e fora do seu corpo, dando colo, cuidando. Independentemente do género do ser.
Deste modo é muito importante o papel da educação neste tema, quando há uma educação voltada para a igualdade de género todos contribuímos para um mundo melhor, com a mulher como igual. A abordagem sobre a violência contra as mulheres, as suas causas e impactos permite iluminar os tais cantos onde a sombra reina, tornando visível esses comportamento se promove a consciencialização. Mas atenção, quando falo em educação não é só na escola, todos nós temos o nosso papel, é importante incentivar as nossas crianças à igualdade, ao consentimento, ao respeito. Para além disso, se cada um de nós começar a falar cada vez mais sobre este tema, o estigma em torno deste assunto reduz e no seu lugar estamos a promover, a incentivar uma cultura de apoio e compreensão no meio onde estamos inseridos.
Lembra-te, cada ação por menor que seja contribui para que a sociedade se torne mais justa e segura, todos nós temos uma mulher na nossa vida, seja mãe, filha, irmã, amiga, e tu podes fazer parte algo maior – fazer parte da eliminação da violência contra as mulheres.
Até já!

Ana Rosa Pimentel

Campanha 16 Dias pelo Fim da Violência contra as Mulheres 2023

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