Diário dos Açores

Um pacto regional

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Neste período eleitoral não se tem falado nos Açores de um cenário que já foi levantado para a situação nacional: porque não tentar alcançar um pacto de regime entre as duas principais forças políticas, que permita uma legislatura inteira com reformas profundas acordadas entre ambos?
Ou seja, estarão o PSD e o PS dispostos a viabilizarem o governo de um ou de outro caso um deles obtenha maioria simples?
Os desafios que os Açores vão enfrentar nos próximos tempos, à semelhança do país, necessitam de governos fortes, estáveis e com força parlamentar para implementar reformas importantes na área da economia, da saúde e da coesão.
Os Açores poderiam dar o exemplo, já nas próximas eleições, se ambos os partidos se comprometessem neste sentido, criando um pacto regional a pensar no futuro das nossas gentes.
Não se trata de formar o tão temível, para alguns, “bloco central”, mas sim o acordar de um compromisso, escrutinado pelos dois, que permita desenvolver políticas públicas duradouras e consistentes para o modelo de desenvolvimento que ambicionamos.
Se continuarmos nos próximos tempos, como tudo parece indicar, com governos instáveis, ao sabor dos interesses clientelares de várias forças políticas, sem que haja um pacto forte entre os dois principais partidos, é caminho certo para termos uns Açores com fracos crescimentos e sem rumo definido.
PS e PSD já têm maturidade suficiente nos Açores para se entenderem, em nome de um futuro seguro, relativamente a reformas estruturais importantes que se impõem na nossa região.
Com um pacto regional alargado seria muito mais fácil mobilizar toda a sociedade civil em redor das reformas que se impõem.
É impensável continuarmos a querer uma economia robusta na região, com vista a um desejado crescimento que acompanhe as metas europeias, quando uma larga fatia dos nossos recursos estão a ser aplicados em áreas não reprodutivas, com a Saúde à cabeça, restando apenas umas migalhas para a criação de riqueza.
Mantermos este sistema como temos até agora, agravando-se de ano para ano, é continuar a registar os piores índices de desenvolvimento do país e nunca convergindo com a Europa.
Falar em “pacto regional” pode parecer utopia política, mas não havendo alternativa estável, vamos continuar a ficar para trás, até mesmo com maiorias absolutas.
Se queremos progresso consistente e duradouro, então PS e PSD estão condenados a entenderem-se.

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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