Ribeira Grande e Lagoa são os únicos municípios do país com idade mediana abaixo dos 40 anos
Diário dos Açores

Ribeira Grande e Lagoa são os únicos municípios do país com idade mediana abaixo dos 40 anos

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No ano passado, 45,8% dos municípios de todo o país apresentavam idades medianas superiores a 50 anos, com Oleiros, Pampilhosa da Serra, Alcoutim e Vinhais acima dos 62 anos.
Já Ribeira Grande e Lagoa, nos Açores, foram os únicos municípios com idade mediana abaixo dos 40 anos.
De acordo com os dados regionais agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente em Portugal aumentou 0,44% (contra +0,26%, em 2021), para os 10.467.366 habitantes, com todas as regiões a registarem um acréscimo, graças às migrações.
Com efeito, para este crescimento muito contribuiu a componente migratória (+0,83%, contra +0,69% em 2021), compensando a quebra na componente natural (-0,39%, contra -0,43% em 2021, por via do aumento do número de nascimentos no nosso país, de novo acima dos 80 mil).
De acordo com o INE, o impacto dos fluxos migratórios foi superior nas regiões do Alentejo e Norte, acima dos +0,90%.
Já na Área Metropolitana de Lisboa revelou-se menos intenso (+0,60%).
Se todas as regiões viram a sua população aumentar no ano passado face a 2021, uma análise mais fin demonstra que apenas 46% dos municípios – 143 – ganharam mais residentes, maioritariamente localizados na faixa litoral do continente e nas regiões autónomas, mantendo-se a tendência de litoralização do país.  
E destes, só em 13 aquele ganho se fez quer pela variante migratória quer natural: Odivelas, Amadora, Loures, Sintra e Vila Franca de Xira, na Área Metropolitana e Lisboa; Esposende, Braga, Vizela e Lousada, no Norte; Corvo, Lagoa e Ribeira Grande, nos Açores e Albufeira, no Algarve.
 Nos restantes, nota o INE, “o aumento populacional deveu-se exclusivamente a um saldo migratório positivo”.  
Do lado das perdas, dos 161 municípios que viram a população residente diminuir, destaque para as quebras superiores a 2% em Barrancos e Alcoutim.
 Se os dados do INE confirmam o esvaziamento do interior do país, por outro lado confirmam, também, e sem surpresas, o envelhecimento da população portuguesa, com a pirâmide etária a estreitar na base e a alargar no topo.
No ano passado, a mediana da idade dos residentes fixou-se nos 47 anos a nível nacional, que compara com 46,7 anos em 2021.
Sendo que os “25% de população residente com menor idade tinham até 26,7 anos (1.º quartil) e os 25% de população mais velha tinha 64,2 ou mais anos”.
Numa análise por sub-regiões, constata o INE que o valor do 1.º quartil “variava entre 23,9 anos” nos Açores e “35 anos no Alto Tâmega”.
Já no extremo oposto, era mais elevado no Alto Tâmega (71,1 anos) e mais baixo nos Açores (59,1 anos).
De notar, ainda, que “o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo apresentaram as maiores diferenças, superiores a 39 anos, entre o 3.º e o 1.º quartil da idade da população”.  
Em 16 das 25 sub-regiões a idade mediana foi superior à referência nacional de 47 anos. Com destaque para o Alto Tâmega, nos 56,6 anos.
Em sentido contrário, Açores (42,7 anos) e Área Metropolitana de Lisboa (45 anos) foram as únicas sub-regiões com idade mediana igual ou inferior a 45 anos.
Assim, conclui o INE, o interior Norte e Centro do país apresentavam maior nível de envelhecimento, “por oposição aos municípios do litoral e das regiões autónomas”.
Mas há exceções, com os municípios de Viseu, Évora e Beja a constituírem “bolsas de vitalidade demográfica”.

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