Diário dos Açores

Natal das incertezas

Previous Article Previous Article No Sul da Macaronésia XXXVII
Next Article Presépio das Furnas é um dos maiores atrativos do roteiro de presépios da Povoação Presépio das Furnas é um dos maiores atrativos do roteiro de presépios da Povoação

E chegamos ao Natal.
Os dias passaram-se num ápice, entretidos que estivemos com a avalanche de notícias sobre as guerras, as quedas dos governos em Lisboa e nos Açores, as tensões políticas em vários pontos do globo, à mistura com as festas de Verão e a recepção ao maior número de turistas de sempre.
A força do turismo foi das melhores notícias que tivemos, porque alavancou a débil economia açoriana, fazendo crescer a nossa riqueza, embora de forma ténue.
A prova chegou agora com os valores do PIB, onde é visível que as regiões que mais beneficiaram do crescimento do turismo foram as que registaram os valores mais altos do PIB, com a Madeira à cabeça.
Com efeito, em 2021 e 2022, os Açores recuperaram a trajectória de convergência para a UE interrompida em 2009, quando o PIB/capita dos Açores tinha atingido 75,1% da média da UE.
O valor de 2022, atingindo os 70,6% da média da UE, faz-nos recuar para valores de 2001.
A recuperação da Madeira é substancialmente superior, saltando para 78,2% da média da UE. Em 2005 a Madeira tinha atingido os 84,7% do PIB da UE.
A nível interno, o PIB/capita dos Açores recuperou para os 90% do valor nacional sendo que o da Madeira suplantou, pela primeira vez, o PIB/capita do país, situando-se em 101% daquele referencial.
Estes surtos de crescimento foram determinados, em grande parte, pelo excelente desempenho do turismo, particularmente na Madeira.
O que vai ser no novo ano e nos próximos é uma grande incógnita, até porque vivemos tempos de grande incerteza, redobrados pela crise política nacional e regional.
Logo a seguir a este Natal vamos ter três eleições à porta, o que diz bem do grau de incerteza que vai ser 2024.
O mais avisado, nesta quadra, é esquecermos, por momentos, o que aí vem, e celebrarmos com a família e os amigos o sentimento de alegria e esperança próprios desta época natalícia, mas nunca esquecendo os que, ao nosso lado, vivem enfrentando enormes dificuldades, na carência ou na doença.
Haja algum optimismo e esperança no meio de tanta desgraça que vamos assistindo pelo mundo.
Bom Natal!

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

Share

Print

Theme picker