Diário dos Açores

Resiliência em tempos incertos: O papel do autocuidado na saúde mental

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Vivemos numa conjuntura global em constante transformação, onde a incerteza e a mudança são elementos centrais, cenário este que muitas vezes se torna fértil para o stress e ansiedade. Perante a complexidade de tempos incertos, como aqueles marcados pela incerteza política, mudanças de carreira, desafios familiares e transições pessoais, a necessidade de autocuidado e preservação da saúde psicológica torna-se cada vez mais evidente. É diante destas situações imprevisíveis, que a resiliência emocional emerge como uma ferramenta crucial, capacitando-nos a adaptar e a recuperar quando confrontados com adversidades.
Práticas diárias que promovam o bem-estar emocional são fundamentais para fortalecer a resiliência. O autocuidado é uma peça-chave neste quebra-cabeça, não como uma resposta passiva, mas sim uma forma ativa de resistência interna contra os impactos negativos da incerteza.
A prática regular de exercício físico é um exemplo tangível de autocuidado, melhorando não apenas a saúde física, mas desempenhando um papel significativo na gestão do stress e na promoção da estabilidade emocional. A qualidade do sono é também essencial na construção da resiliência. Ter uma rotina de sono consistente e restauradora constitui uma ferramenta basilar para manter a clareza mental e a capacidade de resposta perante desafios.
Além das práticas individuais, a conexão social é uma poderosa fonte de resiliência. Manter relacionamentos saudáveis e procurar apoio em momentos de incerteza fortalece a rede de suporte emocional, proporcionando um amortecedor contra as turbulências da vida. Reconhecer a necessidade de ajuda profissional é um ato de empoderamento. Um Psicólogo é um aliado valioso na jornada de autocuidado, oferecendo suporte especializado para lidar com o stress decorrente da incerteza. Assim, estabelecer uma rede de apoio, seja ela composta por amigos, familiares ou profissionais, é uma estratégia proativa de cuidar da saúde psicológica.
É essencial reconhecer que a resiliência não é uma característica inata, mas sim uma habilidade que pode ser cultivada e aprimorada ao longo do tempo. Aceitar as mudanças como parte natural da vida e desenvolver uma mentalidade positiva diante da incerteza são elementos-chave para construir resiliência emocional.
Num mundo onde a única constante é a mudança, a resiliência torna-se um ativo valioso. Cultivar a resiliência não apenas nos prepara para os desafios que possam surgir, mas também nos capacita a prosperar, independentemente das circunstâncias.

Fique bem, pela sua saúde e a de todos os açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Mara Pavão*

*Psicóloga Clínica na Unidade de Saúde de Ilha de S. Miguel

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