Alternativa ao Socialismo: Um imperativo nacional
Luís Resendes

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“Para a qualidade da democracia e higiene política, o bloco central de interesses não é solução para o país.”

 

Com o sinal dado pelos portugueses nas últimas autárquicas, designadamente com a viragem em Lisboa e a crise provocada pelo chumbo do orçamento de estado, vislumbra-se, finalmente, uma alternativa ao socialismo instalado em Portugal.
É essencial a construção de um governo de direita e centro de direita que possa de novo devolver esperança ao nosso país. Essa esperança deverá concretizar-se com as mais que prováveis eleições antecipadas, anunciadas pelo Presidente da República, que começaram como uma ameaça e foram apregoadas como castigo, caso não fosse aprovado o OE. No entanto, essa ameaça caiu em “saco roto” e Marcelo terá mesmo que convocar eleições para o próximo ano.
Paulo Rangel, ao rejeitar liminarmente uma aliança ou acordo com o Chega, não está a interpretar corretamente a vontade de uma força política que cada vez terá mais apoio e representação em Portugal, o que se irá confirmar nas próximas eleições. Não vejo nos Açores qualquer drama ou consequência negativa de um governo que tem o apoio do Chega. Foi até João Soares que disse publicamente “não ver qualquer ameaça fascista do Chega.”
Com a luta pela liderança no PSD e no CDS (que se encontra em estado comatoso) haverá sequelas e estes dois partidos mais o IL não lograrão alcançar uma maioria estável de alternativa à frente de esquerda que tem governado Portugal. Assim sendo, nas próximas eleições poderá surgir um impasse (pântano político) e Costa até poderá lançar mão da “geringonça” versão 2.
Para a qualidade da democracia e higiene política, o bloco central de interesses não é solução para o país.
O PS, mais do que um projeto de desenvolvimento para o país, tem um projeto de poder e perpetuação no poder. Daí que tenha disseminado “boys” e “girls” por toda a administração pública.
O atual governo, que tem tiques de arrogância, está cansado, desgastado e em fim de ciclo. Além disso, não tem grandes resultados para apresentar. Portugal é um país à deriva, a navegar à vista e sem ambição, que continuará na cauda da Europa se não mudar de rumo e por este caminho nem a chamada “bazuca” nos salvará.
Temos andado a ouvir a narrativa de fuga para a frente quando o país está a definhar, veja-se os números da dívida pública (137% do PIB, duzentos e setenta mil milhões de euros), apesar do saque que é a carga fiscal. O caso da gasolina a dois euros, em que 60% são impostos, é paradigmático de como a “geringonça” asfixia os contribuintes para alimentar as clientelas políticas de socialistas, comunistas e bloquistas. Ora, a continuação dos atuais protagonistas com as políticas temperadas pela extrema-esquerda, é o caminho para o empobrecimento, a desigualdade, a miséria e a corrupção.
O modelo económico assente no Estado e no consumo/procura interna está esgotado, não é sustentável e não conduziu o país a bons resultados. Pelo contrário, a desigualdade social em Portugal é a mais acentuada da União Europeia e, em muitos domínios, fomos ultrapassados por antigos países do Bloco de Leste, como a Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, que há pouco tempo estavam atrás de nós.
Temos que virar de página e acabar com um sistema político e de justiça, que gerou e alimentou casos como o de Pinho (que recebia uma avença choruda do BES enquanto foi ministro), Joe Berardo, Nuno Vasconcelos, Ricardo Salgado, João Rendeiro, Bava e Granadeiro. Isto para não falar no caso do ex-primeiro-ministro, José Sócrates. Só Berardo e Nuno Vasconcelos deixaram um calote de dois mil milhões de euros que é superior à primeira tranche da “bazuca” que vem da Europa. Tudo isto só foi possível com gestores, reguladores e políticos, como os que temos atualmente. Nessa senda, Joaquim Jorge, biólogo do clube de pensadores, afirmou “Portugal tornou-se um país de gente não recomendável”.
A captura do Estado pelo atual poder não melhorou os serviços públicos, como é o caso do SNS (demissões em bloco por falta de meios e condições em diversos hospitais), educação e segurança social que se deparam com problemas estruturais com efeitos nefastos no bem-estar económico e social dos portugueses.
Portugal precisa de um novo paradigma de governação que aposte mais na sociedade civil, na melhoria da competitividade da economia (aposta nas exportações), na redução significativa da carga fiscal, reforma dos serviços públicos e redução da dívida.
O país tem minguado de ano para ano também em população, como revelam os sensos 2021. Portugal perdeu cerca de 2% da população, cerca de 214 mil pessoas na última década. O cenário demográfico será catastrófico e, se não se fizer nada para inverter este caminho, designadamente com políticas de apoio à natalidade seremos, em cerca de duas décadas, uma sociedade totalmente envelhecida e a segurança social, entrará em colapso. Portugal tem a mais baixa taxa de natalidade da Europa e precisa urgentemente de medidas de fomento à natalidade, como subsídios, incentivos, apoios fiscais, etc. Sobre esta situação, não se conhece nenhuma medida substancial do atual governo.
É por demais evidente que não é com o governo atual que Portugal vai dar o salto do desenvolvimento e crescimento económico, mesmo com o apoio da “bazuca” que servirá essencialmente para reforçar as estruturas e gorduras de um estado tentacular. Prometeram-nos um virar de página da austeridade, que já vimos, foi um logro, pois continuou sob a forma de cativações manhosas que puseram em causa o investimento público.
Com a prossecução das políticas atuais, Portugal continuará no fundo da União Europeia, um país atrasado, em que um quinto, cerca de 2 milhões de portugueses são pobres e onde as desigualdades se acentuam de ano para ano. Utiliza-se a ficção de crescer acima da média europeia, o que não é difícil, dado o estado em que nos encontramos. Como alguém já afirmou, os números “torturados” dizem o que pretendemos.
Até o Presidente da República já se apercebeu que este modelo adotado pela frente de esquerda está esgotado, mas até aqui nada de significativo fez para alterar o estado das coisas, por isso foi cúmplice desta governação e a sua preocupação foi mais a de garantir a estabilidade governativa, do que a sua qualidade.
E pasme-se à pergunta de Sousa Tavares sobre o legado e a utilidade da sua popularidade para Portugal, falou da gestão dos incêndios e da crise bancária. Isto não é um desígnio nacional digno de um Presidente da República.
A uma sociedade estagnada, capturada pelo Estado a todos os níveis, como as instituições, sistema de justiça, reguladores, comunicação social, etc urge uma alternativa credível que rompa com o atual status quo. Até o lúcido e inconformado socialista, Sérgio Sousa Pinto disse que Portugal se tornou um país “de pobres e remediados”, que a continuar assim não dá esperança à sua juventude. É necessário construir e desenvolver um projeto reformista e mobilizador que derrote o PS, António Costa e a extrema-esquerda e que crie as condições para um novo modelo económico que permita a todos os portugueses a melhoria significativa da sua qualidade de vida.
Os portugueses têm de optar, ou querem socialismo (continuaremos a ser pobres) ou liberdade, com mais oportunidades, mais justiça, mais igualdade e melhor distribuição da riqueza. Numa palavra, mais ação e menos ideologia.

*Advogado

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