Palavra emprestada, palavra violada
José Soares

Palavra emprestada, palavra violada

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Transparência

A extrema esquerda voltou a trair o Partido Socialista, rejeitando – sem quase sequer ler – o Orçamento para 2022. Com esta atitude “de enorme interesse nacional” tanto os comunistas como o seu odiado sócio bloquista, derrubaram o PS que votando sozinho perdeu a aprovação do orçamento, o que despoletou eleições antecipadas para 30 de janeiro de 2022.
Se na primeira união de fato, o PS havia assinado papelada com aqueles parceiros trapaças, o mesmo não aconteceu na segunda. Aqui o presidente Marcelo terá tido o seu erro de cálculo, ou terá igualmente sido enganado. Se eles haviam cumprido no primeiro governo geringonça com papéis assinados, porque não cumpririam no segundo governo sem papéis? Mas não cumpriram.
Esta conspiração arranjada para fazer o povo passar por outra eleição, mais uns milhões de despesas e toda a trapalhada que vem junta, não acontecerá sem um julgamento severo da parte do povo. Mesmo que todos agora tentem lavar as mãos, cuspindo culpas prós lados.
E de quem é a culpa? Como sempre, ela morre solteira.
Ao rejeitar acordos com o PSD, o partido socialista rejeitou oportunidades de provocar alternativas conjunturais só possíveis com grandes maiorias parlamentares.
Todos os partidos políticos em Portugal alegam trabalhar em função dos interesses do país. Acontece que nos circos deste e doutro mundo, os melhores humoristas não seriam capazes de mentir melhor.
O exclusivo interesse que move a partidocracia portuguesa, chama-se PODER. Para atingir este objetivo, tudo é permitido. Desde mentir, passando por manipular a opinião pública e terminando nas juras ao serviço do país.
Agrava-se o problema com os milhões e mais milhões que aí vem de Bruxelas. Além de ser uma ocasião imperdível para o país, há uma enorme luta pouco escrupulosa para estarem por cima, no poder, a fim de controlar essa imensidão monetária, verdadeiro tsunami financeiro que fará afogar muitos no reboliço das ondas endinheiradas. Prevejo muita corrupção, desvios de fundos e toda aquela habitual lista de “bons costumes” neste campo.
Até dentro dos próprios partidos, a luta é de gladiadores. Paulo Rangel e Nuno Melo contra Rui Rio e Francisco Chicão, todos a quererem o mesmo: O Poder. Se contasse o verdadeiro interesse nacional, Rangel e Nuno estariam sossegados, não favorecendo o PS neste momento. Esperariam pelos resultados eleitorais para avançarem, não criando este desassossego.
Neste momento e mais uma vez, Portugal irá perder uma oportunidade única de desenvolvimento a vários níveis, com toda esta nulidade de individualidades que demonstram não ter qualquer interesse na causa nacional.
Falta a coragem de um Líder, de um verdadeiro Chefe. Com a integridade, ética e transparência que todo o contexto exige.

 

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