(Des)encaminhamentos
Osvaldo Cabral

(Des)encaminhamentos

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Editorial

Ao que parece, desde a passada segunda-feira, o encaminhamento dos passageiros inter-ilhas passou a ser válido apenas para os açorianos residentes e estudantes.
Os restantes, nomeadamente turistas, deixaram de ter acesso a estes encaminhamentos gratuitos.
Mais informações sobre esta alteração, não conseguimos obter.
Mais uma vez, o Governo Regional toma decisões sem as comunicar publicamente, apanhando muita gente desprevenida.
Uma decisão destas prejudica, desde logo, as ilhas sem ligações directamente ao exterior, que, para serem visitadas, passam a ser mais caras.
Antes de segunda-feira tinham os reencaminhamentos grátis, agora terão de pagar 145 euros, pesando no custo da atractividade.
Alguém explica?
Ou teremos que esperar pela remodelação, anunciada pelo Chega, para melhorar a comunicação?

 

Mais promessas


O inefável Ministro Heitor voltou à carga.
O Ministro da Ciência, de má memória para os Açores, não perdeu tempo para fazer mais uma promessa, daquelas que nunca cumpre.
Chamou a Lisboa a Presidente da Câmara de Vila do Porto para uma reunião sobre “o desenvolvimento do sector espacial em Santa Maria”.
Só agora é que o Ministro acordou para este investimento, que tem barbas, pois nunca chamou o anterior Presidente da Câmara, que era do PSD.
A nova edil mariense, do PS, recebeu a promessa do Ministro de que, “entre os projetos nos quais a Autarquia poderá vir a ser um parceiro importante, destaca-se a instalação do Space Rider, no Aeroporto de Santa Maria, ou o apoio à organização de eventos, conferências ou competições nacionais na ilha durante o ano de 2022, a realizar em período de época baixa”.
Dá gosto ver ministros em gestão, que nem sabem se vão fazer parte do próximo governo, a prometer resmas de boas intenções.
Falta dizer que é o mesmo ministro que veio assinar com a Universidade dos Açores, há cerca de dois anos, na presença de Vasco Cordeiro, um protocolo que transferia para a academia açoriana mais de 1 milhão de euros por ano.
Até hoje!

 

Ribeira Grande

 

O escritor e historiador ribeiragrandense, Mário Moura, publicou neste jornal, durante as últimas edições, uma série de magníficos artigos, de profunda investigação, sobre o abandonado porto de Santa Iria.
Quem não os leu, devia fazê-lo e ficaria a saber, entre muitas outras coisas, o tradicional abandono a que tem sido votado o concelho da Ribeira Grande pelos poderes regionais, desde que perdeu o aeródromo de Santana.
Não é o único, é verdade, mas há um potencial enorme na capital da costa norte que devia ser olhado com mais atenção. Mário Moura sabe-o e ensinou-nos como se deve fazer. Ainda há vozes sábias.

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