Quanto tempo temos para amar verdadeiramente?
Patrícia Carreiro

Quanto tempo temos para amar verdadeiramente?

Previous Article Previous Article Rupturas
Next Article Ribeira Grande recebe etapa da corrida pelos direitos da criança Ribeira Grande recebe etapa da corrida pelos direitos da criança

“Seguiremos sabendo que o lugar que cada um conquistou
no coração um do outro continuará sendo dele,
independentemente de quem entre.”

Nunca tinha lido Raul Minh’alma. Talvez pela ideia pré-concebida de que, e sem ofensas para o autor, os seus livros seriam romances iguais a tantos outros que lia na minha adolescência ou juventude. Não poderia estar mais redondamente enganada.
Com uma escritasimples, escorreita e acessível a todos, o Raul leva-nos numa história de amor que nos enternece, entristece, faz sorrir e chorar.
Falo, neste caso, do seu último livro, Se me amas não te demores, que – sinceramente – me trouxe uma mensagem linda e tão forte que terminei a sua leitura num choro compulsivo. E admito-o sem qualquer problema. Sempre fui de me emocionar com filmes ou com livros, mas não me lembro de chorar assim no final de um livro desde os tempos em que lia compulsivamente Nicholas Sparks.
Mas falemos da história que aqui nos traz o autor. O Salvador é um rapaz que nasce com a rara condição de crescer muito mais rapidamente do que qualquer um de nós. Por isso, vive a vida mais intensamente, mas não com menos satisfação ou capacidade de lidar com o problema de não saber, afinal, como acordará no dia seguinte.
Só por aí, percebemos que o Raul quer transmitir uma mensagem de urgência na nossa vida, e não me refiro a uma urgência igual à que vivemos atualmente: a correr de um lado para o outro, com imensas rotinas para concretizar diariamente e sempre colados ao telefone e ao que ele tem para nos dizer.
A urgência aqui descrita é a de vivermos o essencial, e de uma forma positiva, sem perdermos tempo para sermos felizes, sem darmos por adquirido tudo o que temos. Porque nada o é!
Salvador cresce e conhece uma mulher, a Linda, que, ao contrário dele, parou no tempo. Tem um filho, é mãe solteira, e vive com a sua mãe que é a perfeita metáfora do pessimismo e das ideias pré-concebidas de uma sociedade portuguesa fechada e muito preocupada com o pensamento do outro em vez de se preocupar com o seu.
Ora, os tempos de ambos estão muito desencontrados, seja pela diferença de idade, seja pelas vivências ou experiências de cada um, mas“foi tudo tão natural desde o primeiro momento que por diversas vezes Linda ponderou se não tinham vivido já todos juntos, quem sabe, numa outra vida”.
No entanto, é na companhia um do outro que ambos descobrem o que é o amor verdadeiro, não um casamento simples, metódico e perfeito que muitos vivemos diariamente. Este casal vive um amor verdadeiro, de cedências nas horas mais importantes, sem cobranças e sem dúvidas. Não é um amor perfeito, estes não existem, mas é sincero, genuíno e capaz de tudo pela felicidade do outro.
Rendi-me a este autor e, sinceramente, espero ler todos os outros que ele já publicou, porque é de “abre-olhos” destes que precisamos para sermos mais felizes; genuinamente felizes!A vida não espera por nós! Nunca esperou!
E é por isso que Raul nos demonstra que “amar é querer que o outro seja feliz, mesmo que esta felicidade não nos inclua”.

Boas leituras!

*www.patriciacarreiro.blogspot.com

 

Share

Print

Theme picker