Novo ano … Nova esperança!
Rubens Pavão

Novo ano … Nova esperança!

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 “Só assim haverá a esperança de que cada um possa rever os possíveis e os impossíveis projectos de vida em que ainda continuam empenhados sobretudo quanto à estabilidade da família, à segurança no emprego, à educação dos filhos, à ajuda aos familiares idosos e aos irmãos em dificuldades permanentes.”

 

1  -À medida que o calendário do ano de 2021 se vai extinguindo assiste-se a um período de reflexão que nos permite avaliar o Natal que vivemos na família e na sociedade com vista a uma entrada de esperança no novo ano, mesmo que de forma «anónima» não saibamos os desafios que nos espreitam.
Daí que, se os cânticos de louvor ao Menino ainda continuam a soar no dia-a-dia, também interiormente nos vamos alertando para uma realidade que nos poderá trazer muitas interrogações ao que se antevê possa ser este novo 2022, quanto à transcendência dos problemas que se nos  vão  colocar.
 Só assim haverá a esperança de que cada um possa rever os possíveis e os impossíveis projectos de vida em que ainda continuam empenhados sobretudo quanto à estabilidade da família, à segurança no emprego, à educação dos filhos, à ajuda aos familiares idosos e aos irmãos em dificuldades permanentes.
O Cardeal Tolentino Mendonça, «irmão – ilhéu» da Madeira, ao evocar comocadaum viveu o Natal à sua maneira ou como interiormentepode, acrescenta que « uma coisa inegável era observar este silencioso sobressalto, esta espécie de «sentimento oceânico»que nos percorre em conjunto, que sem sabermos como nos transporta e que ganhamos em escutar, mesmo no final as interpretações encontradas possam ser distintas».

2 - Há 89 anos, as perspectivas dum ano novodecerto que eram outras no nosso espaço açoriano, mas o poder da esperança sempre se sustentou na amizade e no quotidiano da vivência das famílias; e, com a colaboração dos avós e de outros parentes talvez que passei a construir a minha «memória», num ajusto que considero hoje indispensável para avivar o «meu» presente…
Uma das coisas que nunca esqueci foi a grande preocupação da minha avó em adquirir o Almanaque «Camponês» - muito consultado por aqui -para saber em que data coincidiam as nossas  festas religiosas móveis, sobretudo a do Senhor Santo Cristo, para informar os parentes que viviam nos Estados Unidos,na esperança daquela visita que tardava a ser realizada; ouentão os dados que   a «meteorologia» previa acontecesse  todo o ano,e qual a melhor época para plantar flores…
Os meus familiares que viviam no Ginetes e, anos depois, se alargaram a Santo António, também no mesmo almanaque «confirmavam» o começo da época das culturas e as «luas» que eram mais propícias.
Era tudo diferente, mas cada um sempre se preocupava emcomeçar – no verdadeiro conceito popular – um «novo ano… vida nova», mobilizando aquela força anímica que suprisse as dificuldades de quem ou vencia ou perdia  as colheitas e não tinha contrapartidas que lhes garantisse qualquer  alternativa  de sobrevivência…
E, para os da minha idade e que frequentavam o ensino secundário, o resultado do 1º período lectivo era como que uma ténue garantia (pelo menos em «suficiente») para almejar um ano com sucesso.

3 - Mas esta «nova criança – 2022» começa já a mostrar que os tempos serão outros,a começar pelaIgreja dos Açores –onde a primeiragrande  esperançaestá na nomeação dum novo Bispo que, como sublinhou há dias o Papa Francisco, em idêntica circunstância «possa plasmar melhor a forma de ser Igreja neste tempo, caminhando conjuntamente com leigos, pastores e  vocações consagradas em ordem a um caminho sinodal  capaz de tornar a mesma Igreja numa comunidade de escuta e de vizinhança capaz espelhar a participação, a inclusão e o cuidado, deixando-se converter ela própria pelo estilo de Deus».
Nos meios de comunicação da Igreja – e não só -  muitos e tem falado e até «alvitrado» sobre o perfil dessa nova figura do episcopado que a Diocese muito anseia eque  se apresente numa perspectiva evangelizadora  abrangendo os ministérios na Igreja, os leigos e a sua formação, a pastoral juvenil, a pastoralsócio-caritativa, aevangelização e a cultura das famílias.
 Mas se muito dessa dinâmica pastoral já acontece por estas ilhas, a experiência tem-me ensinado que é sobretudo na comunhão entre o Bispo e o seu presbitério que estará a solidez da sua acção diocesana; e,mesmo que existam discordâncias, «a obediência» e o respeito mútuo devem sempre prevalecer.
Não temos um Bispo, mas a Igreja dos Açores continua viva, agora  orientada  na pessoa do novo Administrador Apostólico, Cónego Helder de Sousa Mendes, eleito por um órgão colegial diocesano.
Éum  sacerdote que, pelos cargos que na Curia tem desempenhado, conhece bem «os cantos à casa». E como sublinhou na mensagem natalícia que dirigiu aos açorianos: «este é um momento da afirmação da nossa maturidade como Igreja Local nos Açores em que cada um é chamado  fazer  bem e tudo o que lhe compete na sua casa, no seu trabalho, no seu convívio e na sua comunidade, caminhando juntos em Cristo».
E o sinal de esperança que devemos reflectir neste momento, enquadra-se na última conversa de Jesus com Pedro « Tu amas-me? … então Segue-me

4- Com os orçamentos aprovados os municípios e as juntas de freguesia da nossa Região vão ter oportunidade de iniciar, plenamente, os mandatos para que foram eleitos em 26 de Setembro de 2021.
Como cidadão gostaria de me congratular pela forma democrática como este momento político decorreu e apoiar esta afirmação doDr. Francisco Rego Costa, na entrevista que deu ao Jornal «Correio dos Açores» :« A mudança de Governo nos Açores deu uma certa descompressão na sociedade…»!
E o certo é que, ganha a eleição para o Governo de coligação, a presidência da Associação dos Municípios da Região Autónoma dos Açores recaiu no presidente da Câmara do concelho da Madalena, ilha do Pico, facto  impensável nos últimos 12 anos, mas que  restabeleceu o princípio da equidade que o Presidente do Governo Regional, Dr. José Manuel Boleeiro sempre defendeu mesmo quando, só em nome do PSD  o defendeu no seu programa.
Mas hoje quero referir-me especialmente à Câmara Municipal do «meu» concelho e da «minha» cidade - Ponta Delgada e felicitar na pessoa do seu Presidente, Dr. Pedro do Nascimento Cabral e da equipa que com ele trabalha esse triunfo, permitindo  que a «Jóia da Região» (como gosto de designar) pudesse continuar na gestão do PSD com o compromisso de «elevar o concelho de Ponta Delgada para novos patamares de desenvolvimento social, económico e social, numa exigência de estabilidade e não embarcando em aventuras».
Acredito que, com o apoio da sua equipa, estudará os «dossiês» pendentes, dará continuidade aos que hoje são indispensáveis e abra novas perspectivas dum desenvolvimento integrado à cidade e às 24 freguesias do concelho.
A tarefa autárquica - que nunca foi fácil - cada vez é mais difícil, mas, como sempre, confiamos!.
A todos desejo um ANO NOVO cheio de Esperança!

 

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