O Bloco de Esquerda (BE) dos Açores defende que os salários dos enfermeiros que trabalham no sector privado devem ser equiparados aos dos colegas do sector público. Numa reunião realizada na Assembleia Regional dos Açores, Marco Medeiros, coordenador regional do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) salientou que, com funções semelhantes, os colegas que trabalham em unidades da Santa Casa da Misericórdia ou nas IPSS recebem cerca de 400 euros mensais a menos.
O menor ordenado leva a uma grande rotatividade de profissionais, baixando a qualidade dos cuidados prestados nestas instituições. Marco Medeiros entende que este aspecto é da maior importância, tendo em conta que é necessário tornar estes locais aprazíveis e não meros “depósitos de idosos”.
Na reunião com Marco Medeiros participaram o líder parlamentar do BE na Assembleia Regional dos Açores, António Lima, assim como Jéssica Pacheco, candidata pelo partido às próximas eleições legislativas. Os dois bloquistas concordam com a necessidade de esbater esta diferença nos vencimentos e recordaram que o BE já apresentou uma proposta no Parlamento regional açoriano que procura anular estas diferenças de vencimentos entre setor público e privado, de uma forma abrangente e não apenas para os enfermeiros.
Os dois representantes do BE manifestaram ainda o apoio do partido a outras questões apresentadas por Marco Medeiros. Nomeadamente, a situação dos chamados “lesados do Bónus César”, um grupo de 150 enfermeiros que não recebeu esse bónus e viu colegas mais novos ultrapassá-los no escalão remuneratório.
Outro dos temas abordados foi a alteração da carreira de enfermagem, em 2019, que afectou os enfermeiros especialistas e gestores, mas sem que estes recebessem qualquer acréscimo remuneratório. Um assunto que poderá ser tratado em sede de Parlamento regional, tendo em conta que este possui autonomia para mitigar a injustiça de que são alvo estes profissionais no arquipélago. A reunião entre o coordenador regional do Sindepor nos Açores e os elementos do BE faz parte de uma ronda de reuniões solicitadas pelo sindicato aos vários partidos com representação na Assembleia Regional à procura de soluções para os problemas que a enfermagem enfrenta no arquipélago.