O Bloco de Esquerda lamenta que Portugal tenha cedido mais uma vez aos interesses dos Estados Unidos da América permitindo que os estudos para o processo de descontaminação dos solos e aquíferos na ilha Terceira, decorrentes da utilização militar norte-americana da Base das Lajes, seja conduzido pelos próprios americanos.
Jessica Pacheco defende que deve ser o LNEC a dirigir os estudos e que Portugal tem que exigir aos EUA que assumam todos os custos do processo de descontaminação.
Em declarações após uma reunião com a Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Jessica Pacheco considerou que houve “falta de capacidade dos sucessivos governos em conseguir resolver este problema” e que “houve uma cedência total aos interesses dos EUA” por parte do Governo da República, com a concordância do Governo Regional.
A candidata do Bloco recordou que o Vice-presidente do Governo Regional disse que ia “ser duro” nas negociações com os EUA sobre este assunto, “mas afinal o que saiu da última reunião foi que serão os EUA a estudar os danos”.
“Será um estudo feito pelo poluidor sobre a sua própria poluição”, por isso, “os resultados obviamente sairão contaminados, e não é isso que nós queremos”.
O Bloco defende que deve ser Portugal através do LNEC, a fazer os estudos necessários, e que têm que ser os EUA a pagar a descontaminação.
“Nenhuma relação pode ser amigável se não houver respeito de ambas as partes. Aquilo que estamos a exigir é que haja respeito por parte dos EUA pelos danos causados na ilha Terceira”, disse Jessica Pacheco.
“Fomos o primeiro partido a levar este assunto à Assembleia da República”, salientou a candidata, que assinalou o empenho do Bloco nesta matéria, lembrando que os deputados na República continuam a acompanhar este processo quer em termos de fiscalização da acção do Governo através de requerimentos com pedido de informação, quer através de propostas para garantir avanços no processo de descontaminação.
O Bloco considera que a continuidade da presença militar dos EUA na Base das Lajes continua a ser um entrave ao desenvolvimento económico da Ilha Terceira porque impede a dinamização do enorme potencial do porto da Praia da Vitória e do aeroporto da Terceira, duas infra-estruturas com excelentes condições que estão sub-aproveitadas.