Pedida arbitragem obrigatória para resolver problema laboral na Atlânticoline
Diário dos Açores

Pedida arbitragem obrigatória para resolver problema laboral na Atlânticoline

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O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP) recusou uma alegada intransigência nas negociações com a Atlânticoline, empresa pública de transporte marítimo entre ilhas.
Na sexta-feira, a Atlânticoline informou que vai solicitar ao Conselho Económico e Social dos Açores (CESA) uma “arbitragem obrigatória” devido ao “impasse” negocial com o Sindicato, que se encontra em greve.
“Não há intransigência da parte do Sindicato. A empresa continua a não admitir o pagamento de retroativos das negociações dos aumentos salariais a partir da data que produzem efeito, ou seja, abril de 2021”, sustentou o dirigente sindical, Clarimundo Baptista.
Segundo o dirigente, o sindicato “facilitou” as negociações e ainda “foi ao encontro dos anseios” da Atlânticoline.
“O sindicato fez um esforço para ir ao encontro da empresa, porque se trata de uma situação em que a empresa excede os limites do trabalho suplementar”, assinalou Clarimundo Baptista.
O dirigente sindical vincou que “os aumentos se reportam a 2021”, pelo que “é devido aos trabalhadores este pagamento de retroativos”.
“A empresa vem agora dizer que não está disposta a pagar retroativos. É aquilo que negociamos. Da parte do sindicato, estamos sempre disponíveis para o diálogo”, sublinhou ainda.
Na sexta-feira, num comunicado enviado às redações, a Atlânticoline expressava “solidariedade” com todos os clientes “afetados pela greve em curso”, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP).
A empresa pública disse que está “desde a primeira hora, séria e constantemente empenhada na obtenção de um entendimento” com o sindicato para que “se possa cessar com maior brevidade a greve em curso”.
Para a empresa, o SIMAMEVIP tem “demonstrado uma posição de absoluta intransigência e total falta de espírito negocial”, que “na presente semana atingiu um nível incompreensível”.
“Não resta outra solução à empresa, para a resolução do atual impasse e cessação da greve, senão o recurso a meios externos da resolução de conflitos laborais, designadamente por via de solicitação ao Conselho Económico e Social dos Açores de parecer positivo para uma Arbitragem Obrigatória, nos termos legais”, lê-se no comunicado.
A Atlânticoline revelou ainda que, a 16 de janeiro, “aceitou todas as exigências de aumentos salariais exigidos” pelo Sindicato e que representam um “aumento do salário base” na categoria de marinheiro de “quase 13%”.
“Além de aceder aos aumentos salariais reivindicados, a empresa também propôs a criação de um regime de descansos compensatórios para a prestação de serviços, mais favorável do que o legalmente previsto”, acrescentava a nota.
“Inexplicavelmente e com uma profunda má-fé negocial, apesar da proposta da empresa ir ao encontro de todas as exigências até à data formalizadas, o sindicato rejeitou a proposta, passando a apresentar novas exigências”, criticou a Atlânticoline.
A 30 de dezembro de 2021, a Atlânticoline informou que o SIMAMEVIP apresentou um novo pré-aviso de greve dos trabalhadores entre 01 e 31 de janeiro, tendo já sido definidos serviços mínimos diários.

Doentes do Pico com espaço
quando aguardam viagem

Atendendo à greve da Atlanticoline e ao impacto da mesma junto dos doentes que se deslocam do Pico ao Faial, o Secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, determinou ontem que o Hospital da Horta providencie um espaço destinado a acomodar os utentes que aguardam viagem de regresso ao Pico.
Para minimizar ainda mais o constrangimento, foi também determinado que aos utentes que utilizem o espaço seja servida uma refeição.

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