Açores estão no pico da pandemia
Diário dos Açores

Açores estão no pico da pandemia

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Recorde de 6 mortes numa semana

Açores e Alentejo são as regiões do país onde a pandemia está a atingir o pico com mais atraso, enquanto no resto do país já há sinais de descida, apesar de ainda se registar um pico.
De acordo com os especialistas, a média de 1.300 a 1.400 casos por dia nos Açores, deverá manter-se por mais uns dias e depois começará a baixar, provavelmente perto do fim deste mês, pelo que ainda será muito cedo para se começar a aliviar medidas de restrições, à semelhança de outras regiões, como na Madeira.

Pico em Portugal

Com efeito, Portugal está a atingir o pico da actual vaga da pandemia e, nas próximas semanas, vai-se registar uma redução de infecções, internamentos e de mortes por Covid-19, estima o Instituto Superior Técnico (IST).
“O Rt (índice de transmissibilidade do vírus) em todo o país está em descida acentuada e já se aproxima de 1 em média geométrica a sete dias, o que indica que o pico da incidência já está a ser atingido”, avança o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do IST.
Segundo o documento elaborado por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem o grupo de trabalho coordenado pelo Presidente do IST, Rogério Colaço, a taxa de variação de casos a nível nacional está próxima de 0%, o que também indica que Portugal está a atravessar o pico da incidência.
De acordo com estes especialistas, o pico da incidência atingiu um valor real de 130 mil a 150 mil infeções, das quais “foram visíveis menos de 60 mil casos (em média a sete dias) por saturação de testes”, adianta o estudo do IST da Universidade de Lisboa.
“Em fevereiro a tendência será de descida gradual da incidência, que depois passará a muito acentuada”, estima o IST, que prevê também que nos próximos dias ainda se registe um aumento ligeiro do número de hospitalizações e de óbitos “por inércia”, mas que deverá começar a reduzir a partir do final da próxima semana.
O grupo de trabalho mantém a previsão de que Portugal já não ultrapassará os 2.500 doentes em enfermaria por Covid-19 e os 200 em unidades de cuidados intensivos, enquanto a mortalidade “será um pouco mais alta do que o esperado pelo arrastamento do pico da incidência para o início deste mês”.
“A fase de doença residente da covid-19 (à semelhança da gripe, por exemplo) aproxima-se agora a passos largos, as próximas semanas vão ser de descida de casos e, por arrastamento, de todos os indicadores”, indica ainda o relatório do Técnico.
Este grupo de acompanhamento da pandemia “confirma plenamente” a previsão anterior de que, devido às pessoas vacinadas e às que foram infetadas, “depois do final de Fevereiro toda a população terá alguma imunidade ao vírus” SARS-CoV-2.
De acordo com os mesmos dados, a letalidade do grupo dos idosos com mais de 80 anos está estável, com valores a rondar os 4,5%, o que demonstra que o “esforço de vacinação continua a surtir efeitos nesta classe” etária.
Os especialistas consideram ainda que, desde o último relatório de 25 de Janeiro, “houve uma diminuição do risco pandémico”, com o indicador de avaliação da pandemia elaborado pelo IST e pela Ordem dos Médicos (OM) a baixar na Quarta-feira para o valor de 91,78, abaixo do limiar crítico dos 100 pontos.
De acordo com estas duas instituições, quando este indicador, que combina a incidência, a transmissibilidade, a letalidade e a hospitalização em enfermaria em unidades de cuidados intensivos, ultrapassa os 100 pontos, a resposta de saúde a pessoas com outras doenças começa a ficar comprometida.
“A probabilidade de regressar a 100 pontos (nível de alarme) em Fevereiro é de apenas 40%, com tendência de descida. A probabilidade de o indicador ultrapassar os 120 (nível crítico) desceu de 40% para níveis próximos de 0”, adianta o documento.

Madeira termina
com testagem massiva

A testagem massiva semanal gratuita para a Covid-19 deixa de ser obrigatória na Madeira, anunciou o Governo Regional, indicando também que serão desactivados os centros de teste nos portos e aeroportos do arquipélago.
“O Governo Regional, conjuntamente com as autoridades regionais de saúde, entende que estão reunidas as condições para haja uma nova alteração das medidas em vigor e que terminam em 31 de Janeiro de 2022”, afirmou o sSecretário da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, em conferência de imprensa, no Funchal.
 A partir de agora, passa a ser exigido apenas certificado de vacinação completa ou de recuperação da doença para aceder à maioria dos recintos públicos e privados e também para entrar no território da Região Autónoma.
Os testes rápidos antigénio continuam a ser gratuitos somente para quem apresentar sintomas de Covid-19, nomeadamente febre superior a 38º.
Pedro Ramos disse que se mantém obrigatório o uso de máscara em todos os espaços e explicou que para frequentar restaurantes, bares e discotecas, ginásios, actividades desportivas, culturais, sociais e similares é necessário ter esquema de vacinação completo e dose de reforço com 14 dias de evolução ou apresentar certificado de recuperação.
“Em caso de vacinação incompleta, [o cidadão] terá de apresentar teste rápido de antigénio semanal pago pelo próprio”, disse.
A medida aplica-se também aos viajantes nos aeroportos, portos e marinas, a quem será exigido certificado de vacinação completa com três doses, ou certificado de vacinação incompleta e de recuperado até 180 dias, ou certificado de recuperado até 180 dias.
O governante explicou que nenhum cidadão será impedido de entrar na região no caso de não apresentar nenhum destes documentos, mas ficará obrigado a realizar teste antigénio semanal, pago pelo próprio, para ter acesso aos recintos durante a sua permanência.
O isolamento de positivos é de cinco dias, com alta sem realização de teste, para crianças e adultos.

Portugal deixa de exigir
teste à entrada

Portugal vai deixar de exigir teste negativo à Covid-19 à entrada do país para quem tem certificado europeu de vacinação, de testagem ou de recuperação.
O Governo aprovou ontem, em Conselho de Ministros, a resolução que alivia as exigências de apresentação de testes para aceder a determinados locais, como ginásios, casinos ou mesmo na chegada aos aeroportos de Lisboa e do Porto.
“Os ajustamentos dizem respeito ao acesso a estabelecimentos turísticos ou de alojamento local, restauração ou similares, estabelecimentos de jogos de fortuna ou azar, casinos, bingos ou similares, eventos, acesso a ginásio e academias, e à entrada em território nacional, fazendo cessar, neste último caso, a exigência de apresentação de comprovativo de realização de teste com resultado negativo para quem apresente certificado digital”, diz o Executivo liderado por António Costa, na alteração das medidas aplicáveis no âmbito da pandemia.

Mais 3 mortes nos Açores

Nas últimas 24 horas de ontem foram diagnosticados 1.594 novos casos positivos de Covid-19, sendo 1.059 em São Miguel, 346 na Terceira, 57 na Graciosa, 41 no Pico, 38 no Faial, 27 em São Jorge, 15 em Santa Maria e 11 nas Flores, resultantes de 4.979 análises.
Em São Miguel foram registados 594 novos casos positivos no Concelho de Ponta Delgada, 202 no Concelho da Ribeira Grande, 96 no Concelho da Lagoa, 77 no Concelho da Povoação, 67 no Concelho de Vila Franca do Campo e 23 no Concelho de Nordeste.
Na Terceira foram diagnosticados 235 novos casos no Concelho de Angra do Heroísmo e 111 no Concelho da Praia da Vitória.
A Graciosa regista 57 novos casos no Concelho de Santa Cruz.
No Pico foram registados 28 novos casos positivos no Concelho da Madalena, nove no Concelho das Lajes e quatro no Concelho de São Roque.
O Faial registou 38 novos casos positivos no Concelho da Horta.
Em São Jorge foram registados 22 novos casos positivos no Concelho de Velas e cinco no Concelho da Calheta.
Santa Maria registou 15 novos casos.
Nas Flores foram registados sete novos casos positivos no Concelho das Lajes e quatro no Concelho de Santa Cruz.
Ontem, estavam 56 pessoas internadas, sendo 41 no Hospital do Divino Espírito Santo, em São Miguel (três em cuidados intensivos), 13 no Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira (duas em cuidados intensivos) e duas no Hospital da Horta, no do Faial (uma em cuidados intensivos).
Foram registadas 909 recuperações.    
Nas últimas 24 horas faleceram três pessoas no Hospital do Divino Espírito Santo em São Miguel, todas do Concelho da Ribeira Grande: um homem de 74 anos, residente em Rabo de Peixe, internado desde dia 26 de Janeiro, com vacinação de reforço, um homem de 81 anos, residente na Ribeirinha, internado desde dia 31 de janeiro, não vacinado, e uma mulher de 96 anos, residente na Ribeira Seca, internada desde 26 de janeiro, com vacinação de reforço.
O arquipélago regista presentemente 15.055 casos positivos ativos.

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