Gateways do Triângulo

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“Depois de muitas incompreensões e obstruções, ao longo de mais de três décadas, o Triângulo é hoje, e de forma inquestionável, uma das jóias da coroa do turismo açoriano.  A sua diversidade, o seu carácter arquipelágico e a sua natureza exuberante têm dado a azo a múltiplos prémios nacionais e internacionais e fundamentou o reconhecimento da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património da Humanidade da UNESCO desde 2004.”

 

O Governo Regional, na sua visita estatutária, confirmou a consignação de uma verba de 2 milhões de euros destinados à pista do Pico. Tendo também decidido providenciar medidas cautelares sobre a eventual construções na área que será necessária à expansão da actual pista. Bem como assegurar a concordância indispensável de Unesco
Em entrevista ao Jornal o Dever, de 20 de janeiro de 2022, o deputado da AD– Aliança Democrática(agora reeleito), Paulo Moniz afirmava que “a necessidade de aumento da pista do aeroporto do Pico reúne o consenso alargado da sociedade civil e dos partidos políticos”. Depois de afirmar que “o Pico é uma ilha muito especial que se vende por si própria…/… e que além de ser um pilar essencial no Triangulo, tem uma capacidade de adaptação ao decorrer dos tempos impressionante”.
Por seu turno, Francisco César, candidato (agora eleito) do PS à Assembleia da República afirmava ao mesmo jornal em entrevista de 13 de janeiro 2022 que “O Governo Regional foi totalmente descuidado na forma como geriu todo este processo das gateways do Pico, Faial e Santa Maria e o fim dos encaminhamentos” afirmando mais adiante que “o fim irresponsável dos encaminhamentos …/… pode concentrar os fluxos turísticos  na ilha de São Miguel e, talvez um pouco na Terceira, empurrando a ilha do Pico para trás no trajecto que estava a fazer de afirmação neste sector”.
Vem, agora, o Jornal Incentivo, afirmar, em parangonas de primeira página que “Faial e Pico vão ficar sem voos para Lisboa por imposição da União Europeia” afirmando, no corpo da notícia, que “O caso da extinção das gateways há muito que é falado em surdina. Agora parece ter chegado o momento da realidade”.  Para concluir que “a atitude no conselho de Ilha (Faial) pode fazer antever que, quer na Camara quer na Assembleia Municipal, os representantes do PSD, CDS e PPM não estarão disponíveis para se opor à decisão e acabar com os voos para Lisboa.”
Em comunicado de 28.02.22 os Ministérios das Finanças e das Infraestruturas e da Habitação do Governo da República vêm afirmar que “Não está - nem nunca esteve em causa - que o Governo da República deixe de assegurar as soluções necessárias para viabilizar financeiramente as rotas em causa, compensando a companhia aérea incumbida de assegurar as futuras obrigações de serviço público e assegurando as ligações de Pico, Horta e Santa Maria ao Continente”.  Afirmações que, existindo agora uma maioria absoluta do PS, têm um peso bem diferente em termos de futuros compromissos.
Depois de muitas incompreensões e obstruções, ao longo de mais de três décadas, o Triangulo é, hoje e de forma inquestionável, uma das joias da coroa do turismo açoriano.  A sua diversidade, o seu caracter arquipelágico e a sua natureza exuberante têm dado a azo a múltiplos prémios nacionais e internacionais e fundamentou o reconhecimento da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património da Humanidade da UNESCO desde 2004.
Ficando, na nebulosa do passado, a alcunhade ilhas de baixo com que, depreciativamente, se considerava este magnifico conjunto de ilhas que a todos nós deveria encher de orgulho. Um caminho da pedras que foi percorrido com muita determinação e resiliência e que, agora, nos deverá munir de um vontade inquebrantável de impedir a revogação de conquistas que se tem mostrado determinantes para este conjunto de ilhas morram na praia.
É completamente inaceitável o fim, puro e simples, dos encaminhamentos e, muito menos, o encerramento das gateways do Faial e do Pico e o cancelamento do aumento das respectivas pistas. Pressupostos incontornáveis para assegurar as acessibilidades de que o Triângulo precisa, como de pão para a boca. Tendo, desde sempre, essa questão feito parte das reivindicações essenciais destas ilhas que procuram, denodadamente, um lugar ao solna sempre prometida coesão do arquipélago.
Seria um retrocesso, a todos os títulos, inexplicável e intolerável.
Sendo, por conseguinte, difícil de entender o silencio ensurdecedor que o Governo Regional e a SATA mantem sobre este assunto que terá de ser objecto de um debate transparente. As Obrigações de Serviço Público e a política de encaminhamentos terão, inevitavelmente, que ser objecto de modificações estruturais que corrijam os excessos e abusos que aconteceram e acontecem. Mas encontrando um modelo que não venha, jamais, pôr em causa a competitividade e a atractividade destas ilhas. Um modelo que integre a experiência acumulada ao longo dos anos e que não tenha medo de trazer mais turistas aos Açores.

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