Incongruência do congruente: “Carnaval sem pausa”
Carla Rocha

Incongruência do congruente: “Carnaval sem pausa”

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Viver o carnaval nos Açores é ir para a rua, andar de bailinho em bailinho, ir ao coliseu ou ao teatro, ir à festa da Povoação, juntar família ou amigos, comer malassadas e fazer uns brindes de cara pintada.  
Mais um ano no qual a pandemia leva a festa e deixa a saudade dos tempos de liberdade de viver. Mais um ano de condicionalismos em prol da saúde física de todos. E a saúde psicológica? Como fica? Como a protegemos deste “não poder viver”?
Sem grandes festas e convívios como manter a identidade viva de um povo cheio de tradição? A tradição que enche alma de prazer em viver, promove emoções positivas e cultiva o bem-estar.
Como manter a identidade e o valor do momento sem aglomerados?  
A ausência de festividades não deve ser sinónimo de normalidade da vida sem pausa. É tempo para parar, para festejar dentro das regras necessárias para o momento que vivemos. Poder pintar a cara e comer malassadas com aqueles com quem diariamente estamos, a família que temos ou a que escolhemos, brindar à tradição, aproveitar a pausa, seja para festejar, descansar ou fazer ócio. Já são muitas as limitações e imposições pandémicas, outras limitações acrescidas devem ser evitadas.
As épocas festivas têm propósitos, são rituais coletivos de celebração e partilha, de criação de memórias e de promoção do bem-estar.
 Não deixe de viver o presente, mesmo quando não lhe permitem parar, não deixe de assinalar os rituais coletivos e familiares no seu calendário. Festeje “pequenino” mas festeje, não perca o tempo que é de tradição, de reavivar e fortalecer o sentido de pertença.
Fique bem pela sua saúde e de todos os Açorianos.
Um Conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

 


*Vogal da Direção da Delegação Regional dos Açores

 

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