Já não sou pacifista
Chrys Chrystello

Já não sou pacifista

Previous Article Previous Article A riqueza de Camila
Next Article Lançamento do Livro «O Paço» Lançamento do Livro «O Paço»

Sei das 150 invasões dos EUA e 220 guerras, perdi a conta às israelitas, chinesas (incluindo anexação do Tibete), indianas, paquistanesas, somalis, etíopes, de mil e uma outras nações, povos, tribos ao longo dos últimos 200 anos (nem quero ir mais atrás na história).
Sei dos crimes de guerra no Iraque, na Palestina, no Iémen. Timor, Biafra, Camboja, Myanmar (Birmânia), do Hitler, Estaline, Mao, Pinochet e tantos outros ao longo de 72 anos de vida, a maioria deles impunes e sem irem ao tribunal da Haia.
Sei que quem manda nos EUA são os fabricantes de armas, as farmacêuticas e mais uns tantos donos disso tudo e que precisam de vender mais armamento para aumentarem os seus lucros colossais e manterem o seu poder.
Sei que a NATO não tem sido flor que se cheire no Iraque, Síria, Líbia, etc. mas finalmente saltou-me a tampa. Independentemente das asneiras que o ocidente tenha feito em 2014 na Ucrânia, da indiferença na anexação da Crimeia e da Geórgia, há apenas dois factos que hoje relevam para mim: a invasão injustificada, por mentiras e falsos pretextos ordenada pelo czar megalómano saudosista da Grande Rússia (Vladimir Putin) e o facto de a Ucrânia ter abdicado em 1991 de todas as suas armas atómicas com a promessa de que a Rússia nunca atacaria.
Isto só prova que nós pacifistas precisamos de estar bem armados para nos defendermos e não sermos invadidos, e a nossa poesia carregada de simbologia de nada serve neste mundo louco, onde as palavras e a diplomacia são letra morta.
Milhares de mortes e milhões de refugiados, além de um novo mapa mundial, serão os resultados previsíveis deste conflito a menos que o louco, irado, frustrado e complexado, carregue no botão e apague da face da terra uns estimados 90% de seres humanos pensando poder sobreviver no seu bunker algures na Sibéria para daí comandar os aborígenes australianos, esquimós e outros povos sobreviventes. E eu, pacifista, me confesso, são precisas armas para calar as armas, antes que nos calemos todos.

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício 297713
(Australian Journalists´ Association MEAA)

Share

Print

Theme picker