Participação criminal contra desconhecidos por adulteração no relatório do incidente informático do HDES
Diário dos Açores

Participação criminal contra desconhecidos por adulteração no relatório do incidente informático do HDES

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O Governo dos Açores revelou que avançou com uma participação criminal contra desconhecidos devido à “alegada existência de uma adulteração a um relatório sobre o incidente informático” no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.
“O Governo Regional dos Açores apresentou junto do Procurador Adjunto da Comarca Açores do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) uma participação criminal contra desconhecidos a propósito da alegada existência de uma adulteração a um relatório sobre o incidente informático que envolveu recentemente o HDES”, informa o Executivo, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, num comunicado divulgado na sua página da Internet.
Na nota de imprensa, o Governo diz que “arrolou várias testemunhas no âmbito do objecto da participação criminal, bem como diversas provas documentais”.
A 3 de Fevereiro, numa comissão parlamentar de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, o deputado do BE António Lima recusou ter divulgado o relatório da Microsoft sobre o ciberataque ao HDES, alertando que o documento divulgado na comunicação social era “diferente” do que estava na posse dos deputados.
“Eu li esse relatório que foi entregue à comunicação social e não é este, é um relatório diferente”, afirmou o deputado, que em dezembro tinha sido acusado no Parlamento açoriano por alguns membros do Governo de ter divulgado “documentos confidenciais” sobre o ataque informático de que foi alvo aquele hospital.
Na Comissão, a Secretária Regional das Obras Públicas, Ana Carvalho, respondeu ao BE afirmando: “Se o que foi publicado na comunicação social não corresponde ao relatório que nós temos, das Comunicações, alguém o adulterou. Quem foi, não faço a mínima ideia”.
Antes, a 14 de Dezembro, numa nota de imprensa, o BE acusou o Conselho de Administração do HDES de ter sido “irresponsável” na gestão do ataque informático, alertando que o relatório da Microsoft, “classificado como confidencial” pelo Governo, não recomendava, “em nenhuma parte”, o desligamento de todos os sistemas informáticos.
No relatório da Microsoft ao ciberataque no Hospital de Ponta Delgada, a que a Lusa teve acesso e que foi noticiado também a 14 de Dezembro, são apontadas falhas à segurança do sistema informático daquela unidade do Serviço Regional de Saúde, como palavras-chave partilhadas e não encriptadas ou ausência de atualizações de protecção. No dia 15 de Dezembro, a Secretaria Regional liderada por Ana Carvalho assegurou em nota de imprensa ser “falso que o relatório da Microsoft afirme que foi errada a decisão de cortar o acesso do HDES à Internet no dia 24 de Junho”.
O Governo açoriano defendeu ainda que o relatório da Microsoft revelava a “assertividade” das medidas tomadas aquando do ciberataque ao HDES, acusando o BE de proferir “afirmações falsas” sobre o caso.

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