“Promover o rigor e a excelência do serviço da educação, estimulando na comunidade educativa a criatividade, o gosto pelo trabalho, cultivando a exigência, a autonomia, através do reforço da participação e da responsabilidade”, é desta forma que a Escola Profissional do Sindicato do Escritório e Comércio da Região Autónoma dos Açores (EPROSEC) caracteriza a sua missão no ensino regional.
Após comemorar recentemente o trigésimo aniversário, o Diário dos Açores esteve com o actual director, João Tadeu Ricardo, que manifestou as suas principais preocupações.
Num período conturbado pela pandemia e com o despontar dos conflitos internacionais o ensino do futuro revela-se desafiante.
O director da escola EPROSEC fez menção à existência do estabelecimento de ensino como um dos mais antigos do arquipélago.
“No Sábado celebramos trinta anos de existência como escola privada. Uma das primeiras da região que continua a desempenhar as suas funções. Antes de nós só a escola de Capelas existia”, refere.
“Em termos gerais, em todas as escolas as principais preocupações, prendem-se com o novo quadro comunitário. As escolas são apoiadas pelo fundo social europeu e estão dependentes financeiramente”, explica.
Neste momento, o director afirma, não ter conhecimento sobre os prazos para candidatura ao novo quadro comunitário. De igual modo, não possuem ainda conhecimento das regras, ou qual o modelo de apoio financeiro, nem o tempo que demorará até estar em pelo funcionamento.
“Até lá as escolas preocupam-se em como irão sobreviver se não vierem os fundos comunitários a tempo e horas da comunidade económica europeia”, afirma João Tadeu Ricardo.
Falta de professores preocupa escola profissional
“Preocupa-nos a falta de alunos que no fundo está a acompanhar o decréscimo demográfico que está a acontecer nos Açores principalmente de jovens. Estamos prontos e sempre estivemos prontos a adaptarmo-nos à situação presente. Temos que diversificar os cursos, como por exemplo os cursos para os adultos, os cursos para a formação continua, os cursos para colaboradores de empresas.
Estamos prontos e acreditamos numa mudança, em que temos de alterar a nossa estratégia mas preocupamo-nos muito como o vamos fazer, pois está-se a começar a sentir a falta de professores.
São várias as situações que nos levam a ter alguma expectativa e com preocupações bastante significativas”, aponta.
Apoio comunitário
revela-se essencial
“O quadro comunitário anterior foi um quadro que trouxe muitas penalizações às escolas e à nossa também, pois está ligado ao insucesso escolar, com a enorme crise de saúde pública que vivemos, mas o que é facto é que as escolas regionais quando há desistências, a partir de um determinado limite são penalizadas fortemente. Aliás, duplamente penalizados financeiramente, e isto acarreta encargos muito grandes às escolas que já vem de algum tempo e vemos isto tudo com uma certa apreensão”, declara o director.
Em suma as principais preocupações da escola sobrecaiem quer na redução de alunos, quer na ausência de docentes, mas essencialmente na sobrevivência do estabelecimento que depende directamente dos fundos comunitários.
“Preocupa-nos o decréscimo de alunos, o novo quadro comunitário e quando entrará em funcionamento, quais as novas regras, a falta de professores e temos a consciência que temos que diversificar, temos de nos adaptar, temos de criar outras estratégias e estamos abertos a isso. No entanto dado a situação actual global em termos de saúde pública e de conflitos, estamos a prever que o novo quadro comunitário só estará em pleno funcionamento em 2023, portanto é com preocupação que vemos a nossa situação e a situação das escolas em geral.”, concluiu João Tadeu Ricardo.
jornal@diariodosacores.pt