Operadores estão a cancelar viagens turísticas para países próximos da guerra e fazem  ‘desvio’ para os Açores
Diário dos Açores

Operadores estão a cancelar viagens turísticas para países próximos da guerra e fazem ‘desvio’ para os Açores

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Os operadores turísticos portugueses estão a cancelar programas de viagens que já estavam montados para 2022, não só para a Rússia como também para países Bálticos, Polónia, Bulgária ou Roménia, pela proximidade geográfica à situação de guerra na Ucrânia.
Açores, Madeira e cabo Verde são beneficiados com estes cancelamentos, porque passam a ser procurados como alternativa.
Por exemplo, segundo o jornal Expresso, o cancelamento das operações da Nortravel no Báltico e na Polónia envolveu a suspensão de contratos com companhias aéreas e hoteleiras, não resultando em prejuízo direto por os compromissos não estarem ainda fechados.
“O prejuízo neste caso é o de não vender”, faz notar o diretor da Nortravel, adiantando haver um desvio nas reservas de férias dos portugueses para destinos como Madeira e Açores, Porto Santo, Cabo Verde ou ainda Djerba, na Tunísia.
“As pessoas estão a optar por outros destinos, mais longe do conflito, e estão a ir muito para as ilhas portuguesas, por oferecerem maior segurança”, adianta.

Relativamente à evolução da situação da covid, há “expectativas bastante positivas especialmente para a Europa, contamos este ano já ter uma boa dinâmica na venda de viagens, sem ser ainda aos níveis de 2019”, salienta o diretor da Nortravel.
A Nortravel dá conta, assim, de um ‘desvio’ de reservas para Madeira e Açores ou Cabo Verde, por parte dos portugueses que estão a cancelar viagens para a Europa de leste ou o Báltico.
 Apesar das incertezas que de alguma forma também contagiam a Europa central, o operador Lusanova decidiu manter o circuito de oito dias das ‘grandes cidades imperiais’, passando por Viena, Budapeste e Praga, com partidas em maio, apesar de ter tido alguns cancelamentosm “que não foram significativos”, como adianta o administrador, Luis Lourenço.
“Suspendemos o destino Rússia, que não tinha muito peso, mas nos últimos anos começava a vender bem devido à oferta de voos da TAP, permitindo fazer combinados de Moscovo e São Petersburgo, ou com extensão à Escandinávia”.
Num ano que se perfila de recuperação no sector de viagens e turistas ansiosos por fazer férias no exterior sem as restrições de apresentar testes à covid-19 ou cumprir quarentenas, a guerra na Europa veio criar uma situação bipolar, mantendo-se as reservas em níveis elevados para destinos considerados mais ‘seguros’.
Apesar de a Rússia não ser um dos principais destinos de férias dos portugueses, a situação mexeu com a operação de uma série de agências e operadores turísticos nacionais, envolvendo inevitavelmente prejuízos, até pela área alargada em que os cancelamentos se estão a verificar, estendendo-se aos países da Europa de leste.
Os operadores nacionais estão também a cancelar programas para a  Polónia, apesar da Abreu manter esta operação ativa.
Uma das mais afetadas é a agência Pinto Lopes Viagens, que já cancelou, além da Rússia, todos os programas previstos este ano para os países Bálticos, Polónia, Bulgária, Roménia ou Moldávia.
“O impacto é brutal, obrigou a cancelar cerca de 100 circuitos, estamos a falar de um impacto direto de mais de 6 milhões de euros”, frisa Rui Pinto Lopes, administrador da agência.
Na Rússia, onde a Pinto Lopes Viagens movimentou em 2019 cerca de 40 grupos, a agência estava “este ano a relançar a operação, que ia começar na Páscoa”, incluindo circuitos no Volga, no chamado Anel Dourado, na Sibéria e na Mongólia.

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