Ao sabor do Facebook...

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As redes sociais, com principal destaque para o Facebook, ganharam um peso desmesurado na vida política ativa. Governos e oposições tomam decisões, sejam estas relativamente a assuntos de mero expediente ou de impacto geral na sociedade, consoante a dimensão das ondas provocadas por publicações e comentários nessa rede social.
Certamente que isto não é um exclusivo da Região Autónoma dos Açores, mas a verdade é que por estas paragens tais ondas atingem uma dimensão que não será fácil de igualar. Mudam-se agendas oficiais, cancelam-se eventos, agendam-se outros, apresentam-se iniciativas legislativas milagrosas, anunciam-se alterações cirúrgicas a diplomas vigentes, fazem-se requerimentos, etc… etc…
No meio desta sofreguidão, até trabalhadores são confrontados por membros do Governo e chefias com comentários feitos na referida rede social. Estamos, portanto, a um nível elevado de inconsciência generalizada. E com tendência, infelizmente, a agudizar-se. Mas, e em abono da verdade, refira-se que a “culpa” não é de um tal Mark Elliot Zuckerberg. A “culpa”, ou melhor, a responsabilidade, é de todos os agentes políticos com capacidade de intervenção no dia seguinte. Atua-se em função do dia-a-dia. Ninguém age a pensar no amanhã. Há um problema, isto é, há “ruído” nas redes sociais, e lá surge mais uma medida avulso.
Isto, em teoria, e para os mais puristas, até podia significar um mundo quase perfeito. A democracia direta a funcionar em pleno. Lamento ser desmancha prazeres, mas isto não é nada. Isto é, pura e simplesmente, não ter rumo nenhum!
Ter rumo implica agir com convicção, com coragem, com objetivos e metas e, acima de tudo, guiado por uma visão global assente em princípios e valores inabaláveis!
Ora, sabendo que as ondas nascem nas redes sociais em pequenos quintais, não se percebe, e muito menos se entende, o temor surgido a partir do post ou comentário número x.
Quem tem um plano de ação, o qual por definição não é para o dia seguinte, não devia perder tempo com a espuma de ondas não naturais. Quem tem perfeita noção do seu papel e responsabilidade não devia deixar-se influenciar por casos insuflados por artistas do teclado.
As claques existentes nas redes sociais têm um peso residual na hora da decisão. Estou, inclusivamente, convencido que a fação anarquista das ditas claques nem exerce o seu direito de voto. O objetivo desta fação é apenas gerar confusão e discórdia, uma vez que está sempre tudo mal.
Independentemente do sentido da decisão tomada e do partido autor da mesma. Mas também aqui estão a fazer escola. O seguidismo das redes sociais está a tornar o campo político preocupantemente maniqueísta.
Deixem-se lá de ver luz e trevas, de bem e mal… E foquem-se no essencial. E isso, definitivamente, não está em nenhum grupo do Facebook!

 

*Jurista

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