Morreu o dramaturgo açoriano Norberto Ávila
Diário dos Açores

Morreu o dramaturgo açoriano Norberto Ávila

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O dramaturgo, romancista e poeta Norberto Ávila, natural da ilha Terceira, morreu em Lisboa, com 85 anos, revelou o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia.
“Era um dramaturgo esquecido nos Açores, mas homenageado no mundo, em várias línguas. As suas peças foram representadas em vários países”, destacou Chrys Chrystello, colaborador regular do “Diário dos Açores”.
Norberto Ávila nasceu em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, a 9 de setembro de 1936 e, de acordo com o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, morreu na semana passada.
De 1963 a 1965 frequentou, em Paris, a Universidade do Teatro das Nações.
Criou e dirigiu a Revista Teatro em Movimento, em Lisboa, de 1973 a 1975.
Segundo informação disponibilizada pela associação internacional Colóquios da Lusofonia, chefiou, durante quatro anos, a Divisão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura, cargo que abandonou o cargo em 1978, a fim de dedicar-se mais intensamente ao seu trabalho de dramaturgo.
“Conjugando um sentido da representação teatral enquanto ato ao mesmo tempo lúdico e interveniente, foi distinguido com o Prémio Comemorativo do Cinquentenário da Sociedade Portuguesa de Autores, atribuído a ‘As Cadeiras Celestes’ e com o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores, em 1987, para a peça ‘Florânia ou A Perfeita Felicidade’”, pode ler-se na sua entrada na Infopédia.
Traduziu obras de Jan Kott, Shakespeare, Tennessee Williams, Arthur Miller, Audiberti, Husson, Schiller, Kinoshita, Valle-Inclán, Fassbinder, Blanco-Amor, Zorrilla e Liliane Wouters.
Dirigiu para a RTP, a partir de novembro de 1981, a série de programas quinzenais dedicados à atividade teatral portuguesa, com o título de Fila 1.
As obras dramáticas de Norberto Ávila, maioritariamente reunidas na coletânea “Algum Teatro” (20 peças em 4 volumes, editadas pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda) têm sido representadas em diversos países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Coreia do Sul, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal, República Checa, Roménia, Sérvia e Suíça.
Em nota enviada ao nosso jornal, a Tertúlia Açoriana “lamenta profundamente o desaparecimento terrestre do conterrâneo e amigo Norberto Ávila (...) um dos mais reconhecidos e representados dramaturgos portugueses, e também poeta. Deixamos os nossos sentidos pêsames à família e aos amigos. Até sempre!”.
Também a Presidência do Governo Regional dos Açores, em nome de todo o Governo Regional, manifestou “o seu enorme pesar pela morte de Norberto Ávila, açoriano e português ilustre”.
“A sua vasta obra, dispersa por vários géneros (drama, romance, conto e poesia) permanecerá eternamente como um dos maiores legados de criação deste terceirense cujo nome é incontornável nas letras portuguesas. Representadas muitas das suas peças teatrais em muitos países, ganhou igualmente uma dimensão mundial, na qual se junta a sua qualidade como tradutor”, lê-se na nota governamental.

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