Diário dos Açores

Paulo Estêvão acusa médico de instrumentalizar população do Corvo

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O líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, acusou o médico da ilha do Corvo, António Salgado, de “instrumentalizar” a população da ilha, para se manter como presidente do conselho de administração da unidade de saúde.
“O médico tem apenas como objetivo instrumentalizar as pessoas, não para conseguir um refeitório escolar ou para conseguir seja o que for. Mobiliza as pessoas para defender a sua posição, enquanto presidente do conselho de administração. É isso que ele faz”, afirmou o deputado monárquico, eleito pela ilha do Corvo, Paulo Estêvão, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Para Paulo Estêvão, a população está a ser “manipulada”, tanto pelo médico, que é militante do PCP, como por militantes do PS, que acusou de recolherem assinaturas para o abaixo-assinado, “enganando as pessoas”.

As pessoas estão a ser manipuladas

“O teor da petição é para a manutenção de todos os cargos por parte do médico António Salgado, mas não é isso que é dito às pessoas. Diz-se que é para que o dr. António Salgado não seja expulso do Corvo. As pessoas estão a ser absolutamente manipuladas”, afirmou.
Numa primeira declaração à comunicação social, António Salgado disse que iria para outra ilha, mas, entretanto, anunciou que continuaria a trabalhar no Corvo como médico.
O deputado do PPM alega que o médico continua, no entanto, a dizer à população que foi “expulso” da ilha pelo Governo Regional, para se “vitimizar”.
“Enquanto diz às pessoas que está a ser expulso, pede ao Governo para que solicite a sua transferência, porque ele não quer que as pessoas tenham consciência de que é ele que quer sair. É o número da vitimização”, apontou.
Paulo Estêvão assegurou que nunca esteve em causa a continuidade de António Salgado como médico, mas apenas o seu cargo de presidente do conselho de administração, porque os dois vogais se sentiram “desautorizados”.
“Desde o início que existiu um mau ambiente, uma forte resistência por parte das duas pessoas que tinham durante décadas integrado o conselho de administração anterior, que permanecem lá. O médico o que fez foi sempre favorecer, privilegiar o relacionamento com os antigos vogais e isso fez com que os vogais que atualmente integram o conselho de administração se sentissem desautorizados”, avançou.

Contratados pelo governo PS

Confrontado com o facto de existir um documento assinado por seis dos sete funcionários da unidade de saúde a pedir a reversão da exoneração de António Salgado, o líder do PPM disse que tinham sido “todas contratadas pelo anterior conselho de administração”, nomeado por governos do PS.
Argumento que Paulo Estêvão utilizou também para justificar o afastamento do presidente do conselho de administração e não dos dois vogais.
“Se esse tipo de procedimento consegue triunfar, o Governo não conseguia governar”, apontou, alegando que “não se conseguiria nomear ninguém que não pertencesse ao PS”.
Questionado sobre um possível favorecimento político do novo presidente do conselho de administração, que foi candidato pelo PPM nas últimas eleições legislativas, Paulo Estêvão disse não ver qualquer “incompatibilidade”, destacando as “competências e a “experiência” de Paulo Margato.
“Compreendo que possa ser interpretado assim e há quem esteja a manipular a informação toda neste sentido. Eu conheço pouca gente que estivesse disponível para se meter num vespeiro daqueles. O Governo teria muita dificuldade que um médico assumisse funções neste contexto. É terreno minado, com um médico que já tinha demonstrado que tinha a capacidade de mobilizar as pessoas na defesa dos seus interesses”, justificou.
Com a nomeação de Paulo Margato, que estará no Corvo “numa parte significativa do mês”, a ilha mais pequena do arquipélago, que tem menos de 400 habitantes, terá, pela primeira vez, dois médicos.
“As pessoas terão a possibilidade, que nunca tiveram, de ter duas opiniões médicas, uma coisa que é reconhecida na lei, e não ficam dependentes de um só médico”, frisou Paulo Estêvão, alegando que António Salgado já tinha dito anteriormente que “se sentia sozinho para tomar decisões” e que para “qualquer situação de urgência tinham de ser quatro mãos”.

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