Diário dos Açores

Médico de família

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Conselhos de médico

Médico de família. A especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF) foi criada para dotar os médicos de família com as necessárias competências para dar resposta às necessidades dos cuidados de saúde primários.  A formação em MGF (internato complementar) é de 4 anos de duração. Inclui um programa de formação geral e outro específico com estágios obrigatórios em MGF, sendo também obrigatórias formações em saúde infantil e juvenil, saúde da mulher, saúde mental e cuidados em situações de urgência e emergência nas áreas de cirurgia e orto traumatologia, pediatria, ginecologia/obstetrícia e psiquiatria. Existe também um período de formação complementar opcional que é decidida conforme o interesse do médico de MGF numa determinada área médica. Como se comprova o médico de Medicina Geral e Familiar é um médico altamente qualificado para uma enorme variedade de situações. Após a conclusão da sua formação o médico de MGFestará apto para as seguintes funções:
1 – Gestão de cuidados de saúde primários;
2 – Cuidados centrados na pessoa;
3 – Aptidões específicas de resolução de problemas;
4 – Abordagem abrangente;
5 – Orientação comunitária;
6 – Modelação holística.
O médico de MGF implementa as suas competências em 3 áreas essenciais:
Tarefas clínicas, comunicação com os utentes e gestão da prática clínica.
Devem estar sempre presentes os seguintes aspetos essenciais:
Contexto pessoal, familiar, comunitário e cultural do utente, as capacidades, valores e ética profissional do médico de MGF e os aspetos científicos na prática clínica e uma melhoria da qualidade através de uma formação contínua ao longo de toda a carreira médica.
Nota 1 - O Dr. Paulo Pessanha, presidente das IV Jornadas Multidisciplinares de MGF que decorreram recentemente, disse: “… A vivência diária com os doentes, a proximidade com a família e o seu modo de vida, faz com que a MGF seja uma especialidade fundamental e fulcral em qualquer Serviço Nacional de Saúde. Apenas com uma MGF forte e de qualidade se poderá assegurar uma política de saúde concertada e orientada para o doente” … Fim de citação.
Nota 2 – Em 1985, após a realização do exame nacional, concorri para “entrar na especialidade”. Nessa altura tínhamos de colocar por ordem decrescente as nossas três prioridades. Em primeiro lugar escolhi Fisiatria e em segundo lugar Clínica Geral que era a minha segunda opção. É curioso porque deixei a terceira opção em aberto. Isto serve para demonstrar o meu apreço pela especialidade de MGF que só foi só criada em 1990.
Nota 3 – Só valorizando o papel do médico de família com uma política de saúde centrada na Medicina Geral e Familiar e nos cuidados de saúde primários é que se poderá dar resposta às necessidades do nosso Serviço Regional de Saúde e dos nossos utentes.
Nota 4 – Siga os conselhos do seu médico de família. Haja saúde.

 

* Médico fisiatra
e especialista em Medicina Desportiva

António Raposo*

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