Morreu Mário Mesquita, o açoriano formador de várias gerações de jornalistas
Diário dos Açores

Morreu Mário Mesquita, o açoriano formador de várias gerações de jornalistas

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Morreu o jornalista açoriano Mário Mesquita, formador de várias gerações de jornalistas, como recorda o Diário de Notícias, jornal que dirigiu durante vários anos.
Nascido há 72 anos em Ponta Delgada, Mário Mesquita morreu ontem vítima de crise cardíaca.
Começou a sua carreira com várias colaborações na imprensa açoriana e depois seguiu para Lisboa, onde integrou a Direcção do Diário de Notícias de 1976 a 1986.
Como professor universitário, formou várias gerações de jornalistas.
O conhecido jornalista açoriano integrava há vários anos o Conselho Regulador da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação) de que era Vice-presidente.
Pioneiro em Portugal do ensino do jornalismo e de Ciências da Comunicação, formado na Universidade de Lovaina (Bélgica), Mário Mesquita esteve sempre ligado à oposição contra a ditadura e foi em 1973 um dos fundadores do PS.
De 1975 a 1976 foi deputado constituinte eleito pelo PS.
Iniciou-se no jornalismo antes do 25 de Abril, no República.
Foi Director adjunto do DN de 1976 a 1978 e depois diretor, 1978 a 1986.
Dirigiu também o Diário de Lisboa.
Voltaria ao DN em 1997 para ser, durante cerca de um ano, seu Provedor dos leitores.
Era professor na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.
Formou aqui e na Universidade Nova várias gerações de jornalistas, tendo também sido o fundador do curso superior de jornalismo da Universidade de Coimbra.
Nunca se esquecia das suas origens e cultivava muitas amizades nos Açores, onde fazia sempre questão de lançar os seus livros, como aconteceu ainda recentemente com o lançamento, no Teatro Micaelense, da obra “A liberdade por princípio: estudos e testemunhos em homenagem a Mário Mesquita”, da editora Tinta da China.
A obra, com mais de 800 páginas, contou com a coordenação de Carlos Guilherme Riley, Cláudia Henriques, Pedro Marques Gomes e Tito Cardoso e Cunha e foi também apresentada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A ideia do livro “partiu do momento em que Mário Mesquita se aposentou aos 70 anos, ao fim de 40 dedicados ao ensino do jornalismo”, disse Pedro Marques Gomes, que é professor da Escola Superior de Comunicação Social.
O livro aborda o percurso de Mário Mesquita “desde as lutas oposicionistas ao regime fascista até à democracia, como fundador do Partido Socialista, e também sobre as temáticas a que se dedicou”, além da história da contemporânea dos Açores e inclui ainda testemunhos de cariz pessoal.
Trata-se, “sobretudo”, de um livro “de académicos”.
A partir do momento simbólico da sua aposentação, “embora continue a leccionar na Universidade Lusófona, um grupo de académicos juntou-se e convidou uma série de investigadores universitários para contribuírem para um livro de homenagem ao professor Mário Mesquita”, prosseguiu o responsável.
Enquanto jornalista, foram atribuídos a Mário Mesquita vários prémios, sendo autor de oito livros sobre comunicação social.
Nestes últimos anos publicou alguns artigos neste Diário dos Açores.

 

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