Diário dos Açores

Como dispões do teu tempo

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Divides o teu tempo com quem te faz sentir que tens retorno, ou divides o teu tempo com quem precisa do teu tempo, sabendo de antemão que não terás retorno dele ?
Este texto teve origem numa frase que sentimos mas não dizemos “a céu aberto”:
“sabes que tenho medo que me conheças nas minhas vulnerabilidades”.
Basicamente, o que quero dizer é que existem pessoas que têm dificuldade em se partilhar, e este não partilhar prende-se com mostrar as suas fragilidades. Não querer mostrar que são vulneráveis. Procuram sempre gente com quem se sintam confortáveis, ou que não exijam nada, ou pelo menos nada para além da banalidade.
Por outro lado e porque nada é linear e simples, mas multi-factorial (mais que um factor que explique a sua existência), encontro pessoas que, para além das suas inseguranças, são ego centradas e nem sonham em partilhar o seu tempo com quem precisa que partilhem o seu tempo (precisei mesmo de me repetir). E estas, para além de ego centradas, funcionam na base de sentir prazer, e só partilham de si com quem lhe dá retorno, ou seja o tal prazer sentido.
E esta “narrativa” pode ser aplicada em todas os relacionamentos.
E assim os podemos dividir em: saudáveis; neutros; e tóxicos. Nos quais encontramos, pela mesma ordem: partilha equilibrada (sem exigências de nenhuma das partes); partilha inócua, quando elas podem estar ali ou com a vizinha do lado, que, para elas é igual; e a tóxica, quando um dos lados exige muito e dá pouco.
E, resumindo, é isso.
Haja saúde.

Dionísio Fernandes *

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